quinta-feira, 27 de agosto de 2009

OAB defende regulamentação para profissão de jornalista

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, afirmou hoje que é preciso haver regulamentação para a profissão de jornalista, para possibilitar o afastamento de maus profissionais e garantir a qualidade técnica e ética na profissão. Britto participa neste momento, na Câmara, de audiência pública que discute a necessidade de diploma para jornalistas.
Cezar Britto ressaltou que a liberdade de expressão é um princípio da Constituição brasileira, mas lembrou que a própria Constituição cria restrições para aperfeiçoar o exercício dessa liberdade, como a proibição do anonimato, a preservação da imagem e o direito de resposta.O presidente da OAB disse que a Constituição se refere à profissão de jornalista por duas vezes, de maneira implícita. A primeira vez, quando estabelece que é livre o exercício de qualquer profissão, desde que atendidas as qualificações que a lei estabelecer. A segunda vez, quando trata do sigilo da fonte, vinculando esse direito ao exercício profissional.Além disso, Britto disse que a legislação já resguarda a figura do colaborador, ou seja, não é só o jornalista que escreve em jornal. Ele também defendeu o registro profissional de jornalista no Ministério do Trabalho como forma de regulamentação.Ministros do STF ausentesO presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o ministro do STF Marco Aurélio Mello foram convidados para o debate, mas não compareceram. Em junho deste ano, o STF decidiu que o diploma de jornalismo não é obrigatório para o exercício da profissão.

A audiência pública está sendo promovida pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Educação e Cultura da Câmara.

A reunião ocorre no plenário 13.

Leia mais:Diploma de jornalista será debatido em audiência pública
Reportagem - Sílvia Mugnatto/Rádio CâmaraEdição - Pierre Triboli
Agência Câmara
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Um bom lugar



Um bom lugar é assim que o chamo.
Lugar tranqüilo e acolhedor.
Pessoas por ali transitam todas as manhãs.
Algumas com sorriso no rosto, outras não.

Tem a Dona Maria, mulher de expressão forte.
Até um Xeique Dono de padaria tem por lá.
E olha que este Xeique, é nascido logo ali nas Minas Gerais.
Ainda descobrirei o porquê do nome.

Lugar de vários sotaques.
Gente de todos os lugares.
Mas essa é a cara de Brasília.

Quando cheguei queria logo voltar.
Não estava acostumado com um lugar assim.
Achei este lugar pacato.
O povo muito frio.

A saudade da família era imensa.
Com o passar do tempo fui me acostumando.
E hoje não troco este lugar por lugar algum.
Eu moro no Sudoeste.
Este é o meu lugar!
Por Sivanilto Moreira da Cruz

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

“Anjos da Noite faz 19 anos de amor ao próximo”

Responsabilidade Social

Por Sivanilto Moreira da Cruz

Brasilia

Amanhã, dia 22/08/09, o grupo Anjos da Noite faz 19 anos de amor ao próximo. Nesta oportunidade, quero parabenizar o presidente da instituição, o Sr. Antenor Ferreira ou simplesmente “Kaka”, e a todos os voluntários que fizeram e fazem parte desta história.

Receba meu especial agradecimento por exercer, de forma visível e notória, a missão de presidir não só o grupo, mas a família que se tornou o Anjos da Noite. Família esta que se reúnem aos sábados ou “nos embalos do sábado à noite”, sempre com algo a oferecer aos nossos irmãos.

Kaka, aos sábados, quando retornava do trabalho do Anjos, rezava e pedia a Deus, para que abençoasse os voluntários e nossos irmãos moradores de rua. Mas, além de pedir isso a papai do céu, agradecia por Ele ter lhe enviado para nos ensinar o quanto é especial o cultivo do amor ao próximo.

Parabéns meu amigo! Parabéns Anjos da Noite!

Forte abraço em cada um de vocês!!


www.anjosdanoite.org.br
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Diploma de jornalista será debatido em audiência pública

A exigência do diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista será debatida na próxima quinta-feira (27) em audiência pública conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Educação e Cultura.

O debate será realizado por iniciativa da deputada Professora Raquel Teixeira (PSDB-TO), que teve seus requerimentos de audiência pública subscrito por vários deputados nas duas comissões.

Além da discussão sobre a necessidade ou não de regulamentar a profissão de jornalista, a audiência também pretende avaliar as consequências da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que dispensou o diploma de curso superior de jornalismo para o exercício profissional na área."Há posicionamentos divergentes entre os diversos segmentos da nossa sociedade quanto à conveniência desse diploma.

Por isso, julgo importante que se possa debater a exigência ou não de graduação para o exercício dessa profissão de grande relevância. Creio que chegaremos a uma decisão satisfatória para os profissionais, para os meios de comunicação e para a sociedade brasileira", argumentou Raquel Teixeira em seu requerimento.

Foram convidados para o debate:-
- o ministro do STF Marco Aurélio de Mello; -
- o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto;
- o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade;
- o presidente do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ), Edson Spenthof;
- a presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Judith Brito;
- o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Gilberto Selber;
- o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Pimentel Slaviero.

A audiência está marcada para as 9h30, no plenário 13.

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Deputados querem mudar decisão do STF sobre diploma de jornalista
Projeto restabelece diploma para exercício de jornalismo
PEC restabelece exigência de diploma para jornalista

As informações parte da Agência Câmara www.camara.gov.br
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Seminário discutirá regras para validação de diplomas estrangeiros

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional promove nesta segunda-feira (24) seminário para discutir a revalidação de diplomas universitários de outros países e o impacto do procedimento no mercado de trabalho brasileiro. Representantes do Chile, da Argentina, do Brasil e da Holanda vão discutir mecanismos para harmonizar os sistemas de educação superior e profissional e permitir que os diplomas de um país sejam válidos em outro.
Segundo os organizadores, o trânsito intenso entre estudantes e profissionais por diferentes países exige que educadores, legisladores e gestores públicos estudem mecanismos para o reconhecimento de diplomas, garantindo a qualidade dos sistemas educacionais.
O evento, organizado em parceria do Sistema Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o evento reunirá legisladores, gestores públicos e privados, professores, pesquisadores e profissionais interessados em educação, mercado de trabalho e integração socioeconômica.
Conferencistas nacionais e internacionais apresentarão experiências de harmonização de sistemas educacionais, já em curso, em países europeus, andinos e do Mercosul, assim como mecanismos, regulamentações e políticas de cooperação educacional, revalidação de títulos e reconhecimento de estudos.
Critérios comunsO presidente da Comissão de Relações Exteriores, Severiano Alves (PDT-BA), afirmou que a iniciativa se deve aos recentes problemas enfrentados por médicos brasileiros que estudaram em Cuba e na Bolívia para reconhecer seus diplomas no Brasil. De acordo com Severiano Alves, o que está sendo proposto é a adoção de mecanismos uma semelhança de critérios e não igualdade entre os currículos.
O deputado lembra que, para se reconhecer um diploma, o documento tem que ser submetido às leis brasileiras. Ele argumenta, no entanto, que, se houver critérios comuns, o reconhecimento será facilitado.
ConvidadosForam convidados para o debate os ministros da Educação, Fernando Haddad; das Relações Exteriores, Celso Amorim; e o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Antonio Oliveira Santos. Entre os palestrantes estão:- a presidente da Rede Internacional de Agências de Acreditação do Chile, Maria José Lemaitre; - Marjolein van der Heul, avaliadora do Departamento de Reconhecimento Internacional de educação superior da Holanda; - o presidente da Associação das Instituições da Educação Superior Públicas para a Educação a Distância, Sergio Roberto Kieling Franco; e - Adolfo Stubrin, integrante da Comissão de Avaliação e Acreditação Universitária do Ministério da Educação da Argentina.
O Seminário Internacional sobre Diretrizes Curriculares da Educação Superior Latino Americana: Revalidação de Diplomas; Sistema Educacional e Mercado de Trabalho, que é a terceira edição do Ciclo de Seminários Internacionais "Educação no Século XXI", será realizado no auditório Nereu Ramos, a partir das 9 horas.
Notícias relacionadas:

Reportagem - Karla Alessandra/Rádio CâmaraEdição - Paulo Cesar Santos
Agência Câmara
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Bancada do PT sai em defesa do diploma de Jornalismo

Por Sandra Turcato

A Bancada do PT protocolou um projeto de lei para determinar obrigatória a apresentação de diploma do curso superior em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, para o provimento dos cargos efetivos e empregos permanentes de jornalista da Administração Direta e Indireta do Distrito Federal. A determinação também se aplica para o exercício de cargos comissionados que tenham atribuições de Jornalismo.

"O nosso objetivo é valorizar os profissionais que se formaram e os estudantes das faculdades de Comunicação, todos que buscam se especializar para oferecer informação com qualidade, isenção e equilíbrio à sociedade", explica a líder PT na Câmara Legislativa, deputada Erika Kokay. "Ao apresentar este projeto, a Bancada do PT pretende retomar a auto-estima dos jornalistas, profissionais que sofreram um duro golpe com a decisão do Supremo Tribunal Federal. Eles precisam ser respeitados como profissionais fundamentais ao exercício da democracia que são. Liberar o exercício da profissão a qualquer pessoa é esquecer que jornalismo exige técnica, ética e um aprendizado que só ocorre na universidade", acrescenta o deputado Patrício.

Para Chico Leite, toda profissão precisa de uma regulamentação. "Não apenas para garantir um serviço de qualidade, mas pelo compromisso que o profissional qualificado assume com o serviço prestado à comunidade", defende o deputado.

O diploma de Jornalismo, segundo Paulo Tadeu, é um instrumento importante para garantir o bom exercício da profissão. "Sem a obrigatoriedade do diploma, pode ocorrer a precarização das relações de trabalho desses profissionais e o enfraquecimento da liberdade de expressão, tão cara à democracia e a essa profissão. Por isso, nós, deputados do Partido dos Trabalhadores, apresentamos o projeto e esperamos que o Congresso Nacional aprove nova lei regulamentando a profissão", finaliza o deputado

As informações partem do site do Sindicatos dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal
http://www.sjpdf.org.br/internas/noticias_details.cfm?id_noticia=2356

Debate Aberto - Atenas, a ANJ e a liberdade

Por Venício A. de Lima

No dia dos seus 30 anos a ANJ publicou, sob o título "Pela Liberdade", artigo assinado por sua presidente em diversos jornais brasileiros. O texto omite as verdadeiras razões que levaram à criação da ANJ e reafirma a velha posição de que "o governo" é a ameaça número um à sociedade democrática e que cabe aos jornais a defesa da democracia e do interesse público.
Na comemoração dos seus 30 anos, a Associação Nacional de Jornais, ANJ, divulgou 31 casos que considera de "violação à liberdade de imprensa", ocorridos no país ao longo dos últimos três meses: dezesseis se referem a decisões judiciais de Primeira Instância e outros, por exemplo, dizem respeito à "proposta" feita pelo Ministro da Defesa de mudança no princípio constitucional do sigilo da fonte e ao "projeto de lei" enviado pelo Executivo ao Congresso Nacional "para punir jornalistas". Da lista consta ainda a criação do blog da Petrobras.
Nada de novo. Apesar de dizer que defende o Estado de Direito, a ANJ não aceita que cidadãos ou entidades que se considerem prejudicados pela ação de jornais recorram à Justiça; também não aceita que sejam feitas "propostas" ou que "projetos de lei" que considera contra seus interesses tramitem no Congresso Nacional. Além disso, a ANJ, apesar de dizer defender a liberdade de expressão, considera a criação de blogs de fontes públicas uma "violação à liberdade de imprensa".
No dia dos seus 30 anos a ANJ publicou também, sob o título "Pela Liberdade", artigo assinado por sua presidente em diversos jornais brasileiros. O texto omite as verdadeiras razões que levaram à criação da ANJ (cf. texto de Alberto Dines, "ANJ, 30 anos: Para celebrar é preciso contar a verdade", e reafirma a velha posição de que "o governo" é a ameaça número um à sociedade democrática e que cabe aos jornais a defesa da democracia e do interesse público.
A presidente da associação dos donos dos jornais afirma no "Pela Liberdade" que "a tensão entre jornais e governos é inevitável e existe mesmo nas democracias mais consolidadas. Não é fácil erigir a maturidade para administrar esta convivência tensa por natureza - especialmente quando, como é o caso brasileiro, também está em curso o amadurecimento das próprias instituições, em parte forçado pelos jornais, que são vitais na exposição pública das vísceras do organismo político". Até aí, nada de novo.
Atenas, a deusa grega
A novidade no "Pela Liberdade" foi a dupla citação da deusa da mitologia grega Atenas (Minerva, para os romanos) no contexto de uma guerra - a guerra de Tróia.
Primeiro, evoca-se Atenas pelo grau de "sofisticação" da atual luta pela liberdade de expressão. Está lá: "a luta pela liberdade de expressão agora é muito mais sofisticada e por isso mesmo exige muito mais prontidão e obsessão analítica, num esforço cotidiano e discreto, mas poderoso, como o papel desempenhado por Atena, de apoio e proteção aos guerreiros gregos na luta contra Tróia".
E segundo, compara-se o papel da ANJ ao longo dos últimos 30 anos com aquele de "coadjuvante" desempenhado por Atenas e, por conseqüência, os jornais com guerreiros em luta: "Nestes 30 anos, a ANJ tem desempenhado seu papel de coadjuvante imprescindível, como o de Atena na defesa dos guerreiros em Tróia".
Quem era Atenas?
Atenas (ou Minerva) é mais conhecida pelo seu famoso voto de desempate no julgamento de Orestes. Como se sabe, Orestes havia matado sua própria mãe para vingar a morte de seu pai. Apolo fez a defesa de Orestes, reafirmando a posição patriarcal. O voto dos jurados deu empate e coube a Atenas o desempate que foi favorável a Orestes (daí a expressão "voto de Minerva"). Orestes e os princípios patriarcais foram os vencedores.
Já o comportamento de Atenas como estrategista durante a guerra de Tróia foi eticamente condenável. Numa das situações mais conhecidas, no auge da guerra, para proteger seu favorito Aquiles que duelava contra Heitor, Atenas fez com que o herói troiano acreditasse que seu irmão estava ao seu lado com o porta-lança. Depois de ter atirado a última lança, no entanto, Heitor se deu conta que estava sozinho. Ele havia sido enganado por Atenas.
Para Atenas não interessava a questão ética ou moral. Quando se tratava de "manobras enganadoras", este era o terreno onde ela se saia bem. O que importava era se sua ação estratégica era efetiva.
Qual liberdade?
Diante da inédita evocação da deusa Atenas, do cenário de guerra e dos jornais como guerreiros, antecipa-se que a "luta" da ANJ "Pela Liberdade" será cada vez mais ativa e mais "efetiva".
Como nunca tivemos qualquer regulação sobre a propriedade cruzada dos meios de comunicação, alguns dos maiores e mais poderosos grupos de mídia do país são, ao mesmo tempo, controladores da mídia impressa e da mídia eletrônica. Isso torna a ANJ capaz de articular a atuação das diferentes associações representativas dos (mesmos) empresários de mídia, seja de jornais, de revistas ou de radiodifusão.
Diante de tudo isso, talvez, na comemoração dos 30 anos da ANJ, o cidadão comum devesse questionar: quando a ANJ defende "a liberdade", de quem é a liberdade que está sendo defendida? Contra que tipo de restrições? E a favor de quem?

http://www.sjpdf.org.br/internas/noticias_details.cfm?id_noticia=2359

RAUL SEIXAS - 20 ANOS DE UMA METAMORFOSE

Por Mário Lucena
Raul nasceu para a música. Cantando, preparou-se para a vida. Cresceu ouvindo Elvis Presley e outros grandes nomes do rock. Imitando seus ídolos fez sucesso em Salvador. Comunicava-se por meio da música. Tornou-se compositor. Criou o que chamou de iê-iê-iê realista. Fez sucesso na voz de Jerry Adriani e intérpretes da Jovem Guarda. Mudou-se em 1968 para o Rio de Janeiro e gravou seu primeiro disco. Foi um fracasso. Passou fome e desistiu da empreitada.
Quando voltou ao disco, em 1971, não ofereceu nada pronto ao ouvinte. Sua música questionava a vida e a morte, a existência, o mundo, o certo e o errado. Raul se questionava. Aos 21 anos deu a volta por cima, conseguindo tudo o que um homem comum poderia desejar: carro, apartamento, mulher, filha e emprego de executivo em multinacional. Morava no Rio de Janeiro, uma das cidades mais belas do mundo. Reconhecia tudo isso, mas "não era o que queria" (Eta Vida). Estava infeliz, pois seu querer era a música.
A metamorfose física ocorreu em 1972. Largou o cargo de executivo da gravadora CBS, deixou de lado o paletó e a gravata, deixou crescer cabelo e barba e voltou a imitar Elvis Presley em festival de música promovido pela Globo. Apresentou-se ao Brasil como cantor de rock, mas era muito mais. Outra metamorfose, ocorrida com a leitura de filósofos reducionistas, como Schopenhauer, havia transformado Raulzito em Raul Seixas. Imortalizou-o a sua autenticidade.
Em 1968 citou Schopenhauer na composição Trem 103: Consciente de voltar por onde vim. O trem, a composição, veículo da morte-renascimento, torna-se presença constante em sua obra. Aparece com destaque em 1973 (A hora do trem passar) e em 1974 (Trem das sete). Em 1989, ano de sua morte, Raul expressou o desejo de mudar a direção do trem (Carpinteiro do universo).
Nenhum parceiro, por mais criativo ou influente, desviou-o dos trilhos. Seguiu com coerência os passos da filosofia. Em alguns momentos citou Protágoras, Sócrates, Platão, Sartre, mas as principais fontes foram o hermético Crowley e o pessimista Schopenhauer. Ambos traziam o hinduísmo na veia, herdado por Raul. Na pele de Krishna cantou seu maior sucesso, Gita. De Crowley, Raul abstraiu a proposta místico-liberal. Levou-a ao público a partir de 1974 como Sociedade Alternativa. Mesmo sem a benção da censura, recitava os versos da Lei de Thelema ou Lei da Vontade (de Crowley e Schopenhauer) em meio ao refrão da Sociedade. A Lei só seria liberada em 1988 e, por sua causa, Raul se viu em apuros: preso, torturado e exilado pela ditadura.
Mosca na sopa é Schopenhauer (Se a mosca, que agora zumbe em torno de mim, morre à noite, e na primavera zumbe outra mosca nascida do seu ovo, isso é em si a mesma coisa). Mas para não deixar dúvida sobre a fonte mais rica, em 1983 pegou do filósofo um trecho do capítulo Morte, do livro Dores do Mundo, para usar em Nuit: Quão longa é a noite do tempo sem limites, comparada ao curto sonho da vida.
Raul era genial no que fazia, e conquistou uma legião de fãs exatamente por não ser egoísta. Compartilhava seu conhecimento sem medo. Tal como um herói mitológico foi ao inferno e voltou várias vezes. Encarnou o niilismo, Sísifo subindo e descendo a ladeira da fama. A angústia de morte era seu tormento. Sofreu à espera da dama de cetim. A morte teria sido triste se não tivesse retornado aos palcos e ao disco em 1989, na companhia de Marcelo Nova, para testemunhar a imortalidade.
Vinte anos após sua morte, Raul resolveu se revelar. Ivan Cardoso faz exposição com fotos inéditas; o produtor Marco Mazzola lança o kit CD + DVD no qual o artista canta gospel; Edmundo Leite, do Estadão, escreve uma biografia completa; Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel finalizam o documentário O início, o fim e o meio; a Globo prepara o especial Por toda minha vida; a revista Caros Amigos promete Edição Especial, e a Rolling Stone uma grande matéria; centenas de espaços culturais promovem atividades durante o mês de agosto para lembrar o cometa baiano. Raul está mais vivo do que nunca!
Mário Lucena é editor, jornalista, bacharel em Psicologia e conviveu com Raul Seixas em 1981 e 1982. É autor dos livros: "Raul Seixas - A verdade Absoluta" (2002) e "Raul Seixas - Metamorfose Ambulante" (2009).4.289 caracteres com espaço Vera Moreira - Assessoria de Imprensa11 3253-0586 / 3253-0729 / veramoreira@veramoreira.com.br

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ministro Carlos Britto diz a jornalistas que é favor do diploma no setor público

Por FENAJ


O ministro Carlos Britto disse ao casal de jornalistas Paulo Sousa e Tamires Franci, em um shopping em Aracaju, que é favorável à exigência de diploma de Jornalismo no setor público. Além disso, ele afirmou que no STF ninguém se vendeu para acabar com a obrigatoriedade do diploma em Jornalismo para exercer a profissão.
A nossa decisão foi tomada e vale para todas as empresas de comunicação Agora, é claro que o serviço público tem de ser visto de outra maneira. Como é que a Prefeitura de Aracaju, por exemplo, vai contratar ou fazer um concurso público para jornalista e qualquer um pode participar?, perguntou.
O encontro dos jornalistas foi casual. Depois de ouvir Paulo Sousa dizer que a decisão que derrubou o diploma foi tomada sem embasamento legal, além de considerá-la muito estranha, mas estranha mesmo, Carlos Britto apressou-se em esclarecer: Veja só, eu garanto a você que ninguém se vendeu pra dar essa decisão. Nós ministros do Supremo somos independentes, nosso cargo é vitalício. Tenha certeza, ninguém lá decidiu pra agradar ninguém, se decidiu pela liberdade de expressão. Disso vocês tenham certeza.
Os dois jornalistas, que são namorados, encontraram o ministro por acaso em um shopping, e, depois de se apresentarem, iniciaram uma conversa com ele. Disseram logo que estavam decepcionados com a decisão dele e do STF, notadamente com o ministro Gilmar Mendes por ter comparado, com todo o respeito, os jornalistas com os cozinheiros.
Eu diria que o Gilmar foi infeliz naquele momento, mas ele não tinha a intenção de ofender nenhum jornalista, desculpou-se Britto, logo depois de dirigir-se aos dois jornalistas em tom paternalista e conciliador: Paulo Sousa, Tamires, vocês vão ver que a nossa decisão foi acertada. Essa decisão vai fortalecer os jornalistas. O mercado vai absorver vocês, graduados em Jornalismo, ou aquele que não tem nenhuma qualificação específica? Claro que vai escolher os mais preparados, tenham certeza disso.
O jornalista perguntou ao ministro qual foi o seu embasamento para a absurda decisão. Britto respondeu que levou em consideração a liberdade de expressão e nos países em que o diploma não é obrigatório. A nossa Constituição é clara ao dizer que a liberdade de pensamento, de expressão, é livre. Então, não se justifica exigir diploma porque, caso contrário, você estará impedindo outras pessoas de exercitar a livre liberdade de expressão, entendeu?, perguntou o ministro.
Paulo Souza indagou ao ministro se na época em que morava em Aracaju e exercia a advocacia foi em algum momento proibido de escrever ou falar em veículos de comunicação. Não, realmente nunca fui proibido, respondeu.
As informações partem do site do Sindicato dos jornalistas Profissionais do DF. http://www.sjpdf.org.br/internas/noticias_details.cfm?id_noticia=2328
NOTA. O Ministro afirma que para órgãos públicos haverá a obrigatoriedade do diploma, mas para as empresas privadas não haverá a necessidade, pois defende "o direito a liberdade de expressão" de acordo com nossa Constituição. Indagado se já foi proibido de escrever ou se manifestar em veiculos de comunicação a resposta foi clara..."Não. Nunca fui" afirma o Ministro.
Agora me pergunto..... Onde a exigencia do diploma fere a liberdade de expressão?
Todos nós podemos nos manifestar, onde e como desejarmos. Mas temos que arcar com a nossa responsabilidade ao falar ou acusar algo.
Sivanilto Moreira da Cruz
Brasilia

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Recomeço

Sivanilto Moreira da cruz
UNIP/BSB


A cada semestre um recomeço. Para cada recomeço a proximidade da vitória. Vitória esta que será coroada com a entrega do nosso tão sonhado diploma de jornalista. Diploma este que virou assunto em quase todas as mesas de bar. Mas tenho certeza que a não obrigatoriedade do diploma, para exercer a profissão de jornalista, não permitirá que sejamos mais, e, nem menos importantes do que seríamos com a sua obrigatoriedade. Ao fazer tal afirmação não quero ser mais um que acha essa decisão coerente, pois, sou totalmente contra a decisão do STF. Tenho certeza que essa decisão foi, na verdade, um tiro nos próprios pés dos magistrados do STF. Muitos afirmam que não é o diploma que decide se você é ou não um jornalista e sim a sua dedicação, capacidade de compreensão e saber escrever com o total domínio da língua portuguesa. Mas, é no curso que aprendemos os princípios éticos, a forma como abordaremos este ou aquele assunto e a buscar informações de diferentes níveis. Tudo isso para não sairmos por ai escrevendo o que der “na telha”, sem fontes confiáveis e criando textos sem credibilidade. E, só conseguiremos toda essa base dentro do curso. Por isso, sustento minha afirmação de que o diploma mesmo não sendo obrigatório, o curso é de fundamental importância para o exercício da profissão. Peço desculpas aos colegas por entrar novamente neste assunto, mas, senti-me motivado a exortá-los em virtude do descontentamento de muitos com a decisão do STF. Por esta razão, quero deixar uma mensagem de otimismo e torcer para que todos os nossos sacrifícios nesses últimos anos não sejam em vão.

Ótimo retorno a todos!!!

Entre beijos e abraços cada um pegue o seu!!!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A decisão do Supremo e a "des"regulamentação da profissão de jornalista

Por Luiz Rabelo

Declarações do presidente do Supremo e manifestações diversas após a decisão que afastou a obrigatoriedade do diploma para exercício do jornalismo têm gerado grande confusão sobre o futuro profissional. A principal delas está relacionada à regulamentação da atividade de jornalista. Afinal, ao fulminar a necessidade do diploma, o STF desregulamentou por completo a profissão?

Uma leitura minuciosa do voto condutor do julgamento e do extrato da decisão da Corte leva à conclusão de que não. A profissão ainda se sustenta por um marco legal que está em pleno vigor. Como sabemos, ao declarar a inconstitucionalidade da integralidade de uma lei ou de apenas um único dispositivo, o STF os afasta do ordenamento jurídico. Isso significa que a norma declarada inconstitucional não pode ser aplicada ou invocada pelo Judiciário ou pela Administração Pública para negar ou conceder direitos a quem quer que seja.

No julgamento que derrubou a obrigatoriedade do diploma, o Supremo deixou explícito que a decisão restringia-se ao afastamento de parte do decreto regulamentador da profissão, e não à sua integralidade. Eis o trecho da decisão que mostra, claramente, esse entendimento: "O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, Ministro Gilmar Mendes (Presidente), conheceu e deu provimento aos recursos extraordinários, declarando a não-recepção do artigo 4º, inciso V, do Decreto-lei nº 972/1969, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio".

Do ponto de vista jurídico, a decisão do STF foi coerente com o pedido feito pelo Ministério Público Federal (MPF) e Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) no recurso endereçado ao Tribunal. As duas entidades não requereram a declaração de inconstitucionalidade de todo o decreto, mas somente o afastamento da norma que exigia o diploma como condição para o exercício profissional. Diante desses fatos, os ministros não poderiam mesmo, sob pena de decidir além do pedido formulado pelas partes - o que é vedado em nosso sistema processual -, afastar toda a norma regulamentadora.

Prerrogativas profissionais continuam em vigor

Diante desse entendimento, quais são as conseqüências da decisão do Supremo em relação à regulamentação profissional? Com exceção da desnecessidade do diploma para exercício do jornalismo, as demais prerrogativas legais da profissão continuam de pé. Isso significa, por exemplo, que os empresários da comunicação terão que continuar a observar a carga horária de cinco horas diárias e a pagar as horas extras contratuais pactuadas com seus contratados. Também terão que cumprir as demais regras fixadas em acordos e convenções coletivas trabalhistas.

Assim, o jornalista - diplomado ou não - que exercer as atividades típicas da profissão, previstas no artigo 2º do Decreto-Lei 972/69, terá cobertura jurídica para, por exemplo, acionar a Justiça do Trabalho a fim de reclamar direitos eventualmente violados decorrentes do exercício do jornalismo.

A esse propósito, vale lembrar que, nesse ramo da Justiça, prevalece o chamado princípio da primazia da realidade. O que vem a ser isso? Para os juízes do trabalho, pouco importa, na análise das reclamações ajuizadas, o nome que as empresas dão aos cargos ou mesmo o que está previsto em documentos formais. Nas relações trabalhistas têm mais valor os fatos reais, aquilo que efetivamente acontece na prática do dia-a-dia profissional.

Esse princípio, associado a outros não menos importantes como o da interpretação mais favorável ao trabalhador, nos levam a crer que, ainda que alguns empresários esperneiem, a Justiça do Trabalho continuará a conceder indenizações a jornalistas que tiverem direitos laborais desrespeitados. A diferença é que, de agora em diante, não somente os diplomados poderão reclamá-los, mas todos aqueles que vierem a exercer, na prática, atividades típicas da profissão.

Para quem vale a decisão do Supremo?

A confusão informativa gerada pela decisão do Supremo em relação ao status atual da regulamentação profissional deve-se, em grande parte, às declarações recentes feitas pelo presidente do Tribunal a diversos veículos de comunicação. Em algumas delas, o ministro deu a entender que todo Decreto-Lei 972/69 seria inconstitucional. Pelo menos essa foi a interpretação feita por boa parte daqueles que acompanharam as entrevistas concedidas por ele.

Esse até pode ser o entendimento do presidente, mas, certamente, não foi o que decidiu o STF e não é o que pensam os demais ministros que participaram do julgamento. Para se certificar disso, basta ler os votos apresentados por eles, já disponíveis para consulta no site no Tribunal na internet.

Como se sabe, a parte das decisões judiciais que obriga as pessoas a cumpri-las é o chamado dispositivo. É ali que está a conclusão do que foi decidido, o trecho onde o juiz ou tribunal aplicam a lei ao caso concreto, acolhendo ou rejeitando o pedido formulado pelas partes no processo. O dispositivo também é a parte da decisão que a torna definitiva, imutável e indiscutível, produzindo a chamada "coisa julgada".

Essa maneira de compreender os efeitos práticos das decisões judiciais tem, no entanto, sido superada por teorias modernas de interpretação constitucional. Algumas dessas teorias admitem que outros trechos das decisões também têm a força de obrigar as partes. É o caso da teoria denominada transcendência dos motivos determinantes.

Essa doutrina de nome esquisito, que tem no ministro Gilmar Mendes um de seus principais defensores no Brasil, postula que os fundamentos utilizados nas decisões judiciais, e não somente a sua parte dispositiva, também vinculam as partes. Esses fundamentos seriam apenas aqueles cruciais para a resolução do processo, as razões que levaram o juiz ou o tribunal a decidir dessa ou daquela forma. Assim, coisas ditas de passagem e os comentários feitos nos relatórios e votos apresentados pelos magistrados nos julgamentos não teriam força vinculante.

Essa compreensão tem ganhado terreno no STF. Na Corte, há várias decisões que adotaram esse posicionamento nos últimos anos. Essa teoria também esclarece uma dúvida comum dos que acompanham os desdobramentos da cassação do diploma: a decisão do Supremo vale apenas para as partes do processo julgado ou é extensível a todos no país?

A resposta a esse questionamento deveria ser simples, mas não é. Como grande parte das coisas em Direito, dependerá da linha interpretativa escolhida. Se for a clássica, pode-se dizer que a decisão do STF relativa ao diploma vale apenas para as partes envolvidas no processo porque, na verdade, o que o Tribunal julgou foi um Recurso Extraordinário e não uma ADIN.

Ou seja, nesse julgamento, o controle de constitucionalidade feito pela Corte se deu pela chamada via difusa, num caso concreto, e não de maneira direta, por meio de uma ação que ataca frontalmente um dispositivo inconstitucional. Por outro lado, se a opção for pela linha da transcendência dos motivos, é possível afirmar que a decisão no recurso extrapolará o processo e o estrito interesse das partes, podendo ser aplicada erga omnes (contra todos) em outros casos semelhantes.

O fato é que, atualmente, não há nenhuma lei em vigor no país que confira caráter vinculante às decisões do STF proferidas pela via difusa no julgamento de recursos extraordinários. No entanto, o histórico das decisões recentes do Tribunal sobre outras matérias indica que ali continuará a prevalecer o entendimento de que os efeitos da decisão que acabou com a obrigatoriedade do diploma serão estendidos a outros processos.

Decisões futuras mostrarão como os juízes interpretaram a posição do STF

De qualquer forma, ainda que se admita que a decisão produzida pelo STF é composta pelo somatório do dispositivo e dos fundamentos centrais dos votos dos ministros, não há ali qualquer menção explícita ao fim total da regulamentação da profissão de jornalista. O que se vê, sobretudo no voto do ministro Gilmar Mendes, são menções ao fato de que a lei regulamentadora é fruto dos anos de chumbo e que partes dela estariam em desarmonia com o espírito da Constituição atual.

Embora parte disso seja verdade, os comentários feitos pelo ministro, por si só, não têm a força de fazer desaparecer por completo do ordenamento jurídico o decreto regulamentador da profissão de jornalista. Ao que parece, principalmente em razão de declarações de Mendes sobre a opção que as empresas têm agora de exigir ou não o diploma dos futuros profissionais contratados, não foi intenção do Supremo criar uma situação de total desregulamentação. Ou foi?

A decisão do Tribunal gerou uma série de protestos por todo o país e insinuações de que haveria intenção de beneficiar os donos de empresas de comunicação em detrimento dos jornalistas. Se a decisão do STF estiver de acordo com o raciocínio exposto neste artigo, de que ainda estão valendo as regras da legislação regulamentar, essas críticas talvez sejam amenizadas ao longo do tempo. Se, ao contrário, a compreensão for a de que caiu por completo a regulamentação, daí haverá munição suficiente a ser disparada a favor da tese de que a Suprema Corte pretendeu mesmo favorecer os barões da mídia.

Somente daqui um bom tempo será possível ter clareza sobre de que maneira o Judiciário como um todo interpretará a decisão do STF. As decisões nas instâncias ordinárias, sobretudo na área trabalhista, darão o tom de como os juízes aplicarão a legislação de regência nos processos que envolverem aspectos ligados ao exercício do jornalismo.

Por fim, cabem aqui algumas perguntas: a quem interessa uma situação de completa ausência de regulamentação profissional? De que modo questões como jornada de trabalho e outras prerrogativas dos jornalistas, algumas conquistas históricas da categoria, conflitam com a livre manifestação do pensamento o com o livre exercício profissional?

Como guardião da Constituição Federal, o Supremo, mais do que qualquer outro tribunal do país, precisa refletir sobre as conseqüências sociais das decisões que toma. Entre outros aspectos, a existência de vazios normativos em situações conflituosas como as presentes nas relações trabalhistas de determinadas categorias profissionais geram sérios problemas de ordem prática, sob o ponto de vista da defesa de direitos, para quem integra os litígios e para os profissionais que lidam, rotineiramente, com questões jurídicas, como juízes, promotores e advogados.
As informações partem do site do Sindicato dos Jornalistas profissionais de Brasília. http://www.sjpdf.org.br/

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*Luiz Gustavo Rabelo, jornalista e bacharel em Direito, ocupa o cargo de analista no Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Sivanilto Cruz
Brasília

CCJ rejeita limite de tempo para atendimento em cartório


A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) rejeitou na quarta-feira (15) o Projeto de Lei 3162/04, da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que obriga os cartórios a atender em 15 minutos o usuário de serviços notariais e de registro.
O relator, deputado Leo Alcântara (PR-CE), recomendou a rejeição da proposta. Ele argumentou que a estabelecimento de um prazo para atendimento nos cartórios poderia reduzir os cuidados com a segurança do serviço.
Conforme lembrou Alcântara, o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) determina que os serviços públicos sejam adequados, eficientes e seguros. "Dada a importância dos serviços notariais e de registro, com os reflexos que têm na vida dos cidadãos, devemos priorizar a sua segurança", disse o relator.
Apesar de ter rejeitado o projeto no mérito, a comissão considerou-o adequado quanto aos aspectos constitucionais, jurídicos e de técnica legislativa.
TramitaçãoO projeto havia sido aprovado anteriormente pela Comissão de Defesa do Consumidor e será analisado agora pelo Plenário.
Íntegra da Proposta;
As informações partem do portal da Câmara. www.camara.gov.br
Sivanilto Cruz
Brasília

Concurso premia obras para novos leitores

Escritores brasileiros e africanos de língua portuguesa podem inscrever, até 25 de agosto, obras nas modalidades prosa (conto, novela ou crônica), poesia, perfil biográfico, dramaturgia e textos da tradição oral (em prosa ou em verso) para a terceira edição do concurso Literatura para Todos. Os textos devem ser dirigidos a pessoas que estão aprendendo a ler e escrever, e o objetivo do concurso é estimular essa atividade com narrativas atraentes, que não sejam confundidas com tarefas escolares. Devem ter entre 30 e 40 páginas. Promovido pelo Ministério da Educação, o concurso vai premiar com R$ 10 mil cada um dos oito escritores brasileiros e um de país africano de língua portuguesa selecionados. As obras serão publicadas e distribuídas pelo MEC. Veja o edital completo.

As informações partem do site do Ministério da Educação. http://www.mec.gov.br/

Sivanilto Cruz
Brasília

terça-feira, 30 de junho de 2009

A morte de Michael Jackson serviu de alivio para muitos

A morte do cantor Michael Jackson serviu de alivio para muitos políticos que estão com a corda no pescoço no Senado Federal. Pois, nos último dias os notíciarios do Brasil e do mundo voltaram-se para a morte do maior ídolo pop de todos os tempos.
O presidente do Senado José Sarney, deve estar ensaiando passinhos de dança ao estilo Michael Jackson, para comemorar a folga que a mídia esta lhe oferecendo devido a morte do pop star. O apoio público do presidente Lula para que continue na presidencia do Senado é bastante comemorado dentro do PMDB, mas é duramente criticado pelas outras legendas partidárias.
Faltando pouco mais de um ano para as eleições, o apoio do presidente Lula, mostra que a dobradinha PT/PMDB, está cada vez mais forte para a próximo campanha eleitoral.
Sivanilto Cruz
Brasília

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Universitários trabalham na informalidade para pagar estudos

Alunos se viram de várias maneiras na hora de conseguir dinheiro para financiar seus estudos. Vendem bombons, salgados, roupas, bijuterias e outros produtos
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Tentando driblar a falta de dinheiro para pagar a mensalidade da faculdade, vários alunos estão entrando no mercado informal buscando garantir seus estudos. Apesar de ser um comércio não autorizado pelas instituições, esses estudantes usam diversos artifícios para complementarem sua renda, com esforço e muita criatividade.
Salgados, bombons, roupas, bijuterias, bolsas, tudo pode ser encontrado nas salas de aula, nos corredores e nas portas das faculdades. Essas são algumas artimanhas que os estudantes encontraram para resolver seus problemas financeiros e ajudar nas despesas com mensalidades, transporte e alimentação.
A estudante do 3º semestre de Engenharia da UNIP, Ana Cristina, é um exemplo desse comércio informal. Ana trabalha como funcionária terceirizada no Ministério da Educação e vende bijuterias aos colegas de faculdade. Ela confessa que foi uma idéia que deu certo. Atualmente, consegue arcar com as despesas de mensalidade, transporte e ainda sobra algum dinheirinho para seus gastos pessoais.
Porém, ao seguir o caminho da informalidade, esses estudantes encontram vários obstáculos. É preciso driblar a vigilância das faculdades, a reprovação de alguns professores e o mais difícil: às vezes deixam de prestar atenção às aulas porque estão “negociando” algum produto com o colega ao lado.
Ao contatar algumas faculdades sobre o tema, todas foram unânimes ao informar que é ilegal qualquer comércio que não seja o autorizado em suas dependências. Cada uma tem o seu regimento interno que proíbe essa prática para que não atrapalhe o comércio que já existe dentro da faculdade e é legalizado, como os restaurantes e lanchonetes.
Tatiana Rodrigues, responsável pelo Núcleo de Informações do UNICEUB, informou que é proibida a venda de qualquer produto pelos alunos. Ela diz que o Regimento Interno daquela instituição contém cláusula informando que se o aluno for flagrado realizando transações comerciais dentro de suas dependências está passivo de punições.
Patrícia Martins, servidora da Chefia de Campus da UNIP, disse que é expressamente proibida a venda de qualquer produto nas dependências da Universidade. A instituição só permite a divulgação de algum produto e/ou evento com autorização prévia por escrito.
Os alunos que necessitam realizar esses trabalhos e são proibidos, não devem ficar desesperados. A maioria das faculdades e/ou universidades particulares possui mecanismos de ajuda aos alunos com dificuldades financeiras. O Governo Federal oferece bolsas parciais e integrais a jovens carentes através do ProUni (Programa Universitário Para Todos) e existem outros meios de descontos dentro das próprias instituições.

Por Maíza Ribeiro

Fotografia na Era Digital

Nos últimos anos a técnica se transformou e hoje pode ser encontra até em telefones celulares ____________________________________________________

As inovações tecnológicas não param de crescer, a todo momento surgem novidades que agilizam e dão mais praticidade às tarefas do dia-a-dia.Uma das grandes revoluções da atualidade é a invenção da fotografia digital, hoje em dia é possível tirar fotos de aparelhos celulares, MP5 e de máquinas modernas com múltiplas funções. Todas essas mudanças afetaram e continuam a influenciar na atuação dos profissionais da área.
O fotojornalista Adriano Machado, 32 anos, correspondente da Bloomberg News em Brasília, diz que o sistema digital é a principal mudança que ocorreu na área. Segundo ele, essa mudança auxilia na execução do trabalho. “O mundo está mais dinâmico com a internet, hoje é mais fácil fotografar”. Para ele, que é fotógrafo há 13 anos, a agilidade tem grande importância no cotidiano. Opinião compartilhada pelo fotógrafo publicitário Kazuo Okubo, que afirma: “agora com a evolução digital as pessoas têm acesso a todo tipo de informação, e de forma mais rápida”.
Antes o fotógrafo tinha todo cuidado com o quê e como fotografaria devido aos altos custos com filmes, revelação e ampliação. Kazuo – que é fotógrafo há 34 anos – fala da época dos filmes, onde havia ansiedade e expectativa na revelação fotográfica, o que foi perdido, pois agora o resultado já é visto na hora. Assim, muitos se acham fotógrafos, já que existem várias facilidades, como as ferramentas de edição, onde os possíveis erros dos fotógrafos podem ser corrigidos.
Como se vê, as mudanças trouxeram à tona as discussões sobre a profissionalização do fotógrafo. Adriano Machado acredita que houve uma banalização da profissão com o advento da fotografia digital. “Os trabalhos estão ficando muito iguais, os fotógrafos não têm mais estilo” comenta Kazuo. Já para o fotojornalista José Varella, 51 anos e 32 na profissão, atualmente todas as pessoas fotografam, mas a diferença é que o profissional tem uma questão de postura, compromisso, atitude e respeito com a sociedade. “O fotógrafo deve ajudar as pessoas para que elas possam tomar conhecimento dos fatos”.
Kazuo afirma que “a sociedade ainda passa por um processo de transição na fotografia e não há como saber o que ainda está por vir”. Seja qual for o equipamento o que importa é a percepção do momento e a capacidade do profissional de separar o que é relevante do que não é, afirma Varella.

Por Trícia Ribeiro

Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que proíbe o trote estudantil

As recentes brutalidades ocorridas envolvendo alunos que sofreram agressões físicas antecipou a aprovação do Projeto que ainda aguarda votação no Senado Federal
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No dia 27 de fevereiro foi aprovada pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1.023/95 que proíbe a realização de trotes violentos ou vergonhosos. O texto, resultante de uma emenda dos deputados Flávio Dino (PC do B-MA) e Carlos Sampaio (PSDB-SP), proíbe constranger os calouros, expô-los de forma vexatória, ofender sua integridade física, moral ou psicológica, ou obrigá-los a doar bens ou dinheiro.
O texto também determina que a faculdade abra processo disciplinar contra os estudantes responsáveis por esses atos, porém não estão previstas sanções para as que não cumprirem tal providência, o que é criticado por alguns parlamentares. De qualquer forma, o projeto estabelece sanções progressivas para os alunos praticantes de trote violento, que vão de multas (de R$ 1 mil a R$ 20 mil), suspensão (de um a seis meses) e até a expulsão.
Praticado em diversas instituições de ensino, principalmente nas Universidades Federais, o trote é uma tradição brasileira, similar a de Portugal, que acontecem no início do semestre letivo, aonde os recém chegados passam por um conjunto de situações que podem ser leves com brincadeiras, ou graves com agressões e humilhações.
Na opinião do Professor da Universidade Norte do Paraná –UNOPAR, João Antônio Araújo Cruz, a prática do trote quando feita de maneira exclusivamente comemorativa, sem que ocorram conseqüências, não há problema, porém quando feita de forma indevida, deverá contar com punição aos responsáveis. “Essa medida é de grande importância, pois vem com o objetivo de frear os abusos que surgiram ao longo dos anos, de estudantes que desrespeitam a integridade física e psicológica de outro, apenas para se divertirem”, conclui.
Para o estudante Jadyson Caiado, que já sofreu o trote estudantil ao iniciar o curso de Jornalismo na Universidade de Brasília- UnB, o Projeto de Lei deverá entrar em vigor o mais rápido possível. “Apesar de ter sofrido um trote leve conheço vários colegas de outros cursos que já sofreram trotes violentos e essa prática continua sendo bastante tradicional aqui na Universidade”
Essa prática não ocorre apenas em Universidades federais. A estudante de Nutrição do Uniceub, Tatiane Teixeira também sofreu o trote estudantil. “Fui pintada, me jogaram farinha, depois tivemos que sair desfilando numa fila ‘elefantinho’ até o campo da faculdade onde houve mais brincadeiras”, de acordo com o Advogado, Alexandre Monteiro, esse Projeto de Lei tem grandes possibilidades de entrar em vigor, o que só ocorrerá após a aprovação do Senado, para onde foi encaminhado em regime de urgência, mas que ainda não tem previsão para ser votado. “Ele será novamente discutido e votado, se não for aprovado, pode retornar à Câmara (para alterações e mudanças) ou em caso de aprovação seguirá para sanção do Presidente da República, onde poderá ser promulgado ou retornada ao Congresso para mais providências”, esclarece.
Algumas Instituições de Ensino com o objetivo de eliminar ou amenizar a prática dos trotes violentos criaram o chamado "trote solidário", onde os calouros participam de atividades assistencialistas, que envolvem a coleta de alimentos não-perecíveis e roupas, doados para creches, asilos e orfanatos, bem como campanhas de doação de sangue para hospitais e centros de saúde.
Por Camilla Pereira

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Trotes Universitários


Violência e humilhação nas Universidades
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Foi aprovado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1023/95 que proíbe os trotes violentos ou vexatórios contra os alunos de ensino superior. De acordo com a Lei, os alunos responsáveis por esses atos podem levar multa de R$ 1mil a R$ 20 mil, suspensão do aluno por um a seis meses e expulsão. Nessa última, o aluno poderá ser impedido de se matricular na mesma instituição de ensino pelo prazo de um ano. A matéria segue para o Senado.
Pelo texto aprovado, fica proibido os trotes que ofendam a integridade física, moral e psicológica ou obrigue os estudantes a doarem bens ou dinheiro, salvo quando destinados a entidades de assistência social. O processo disciplinar seguirá as normas de cada instituição de ensino, assegurados o contraditório e a ampla defesa. No caso da multa, o dinheiro será usado na compra de livros para a biblioteca da Instituição.
O que deveria ser uma comemoração está se transformando em casos de violência e constrangimento. Diante disso, um dos autores da emenda substitutiva ao Projeto de Lei, o deputado federal Flávio Dino (PCdoB- MA) defende sua aprovação pelo Congresso o mais breve possível e ressalta que não se pode enxergar os fatos dessa gravidade como uma brincadeira juvenil. “Esse tipo de conduta só alimenta a cultura da violência em um ambiente que deveria ajudar a construir soluções para acabar com ela”. Ele argumenta ainda a falta de punição aos responsáveis por esses atos e acaba criando situações absurdas, em que o aluno torturado passa a estudar ao lado do torturador, o que o leva, muitas vezes, a abandonar a instituição pela ameaça e medo de novas agressões. Mas há divergências sobre o projeto. O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) questiona que o problema deve ser resolvido pelo amadurecimento do convívio universitário, e não por meio do rigor da lei. “Além do mais, já existem leis para punir os excessos” argumenta.
Um dos trotes violentos mais marcantes foi o que vitimou Edison Tsung Chi Hsueh, morto em 1999 por afogamento em uma piscina durante um trote brutal na faculdade de medicina da USP. Passaram-se dez anos após a morte do estudante e nenhum acusado foi condenado. Outros dois casos graves aconteceram neste ano. A aluna Priscila Vieira de 18 anos, grávida de três meses, teve queimaduras de 2° grau nas costas e nas pernas provocadas por uma mistura de solvente com gasolina e creolina, quando participava de um trote da Fundação Municipal de Educação e Cultura (Funec) em Santa Fé do Sul, no interior de São Paulo. Para o calouro Bruno Cézar, aprovado em Medicina Veterinária na Faculdade Anhanguera em Leme (SP) a brincadeira foi mais longe. O estudante ficou em coma alcóolico e apanhou de chicote, ficando com marcas e dores por todo o corpo. O Deputado Federal Rodrigo Rollemberg (PSB – DF) ressalta que é importante punir com rigor os agressores de qualquer tipo de violência no trote estudantil. “É importante que se cobre das Universidades responsabilidade em relação a seus alunos, que internamente, elas também punam os que descumprem a legislação e promovem trotes violentos”, comenta.
Apesar de tantas tragédias, os trotes solidários incentivam os bons exemplos. Em Ponta Grossa – PR, o trote social é uma saudável tradição. Há dez anos, os estudantes reformam casas de famílias humildes, recolhem doações para pessoas carentes da comunidade e distribuem alimentos. Em Londrina, os calouros e veteranos organizam palestras e atividades esportivas. Em iniciativa dos próprios alunos da UnB junto com o DCE – Diretório Central dos Estudantes, eles organizam os trotes solidários na Universidade. A idéia este ano é visitar uma escola pública promovendo um dia de lazer, como atividades físicas, brincadeiras com palhaços, plantio de mudas. A intenção é que esses trabalhos não só aconteçam de seis em seis meses, mas que sejam contínuos no resto do ano.
A aluna Vanessa Lula do curso de Nutrição da UnB explica que trotes fazem parte, como jogar ovos, farinha e tinta. O problema é a bebida alcóolica. “Quanto a bebida, é complicado porque ninguém bebe se não quiser beber, mas às vezes o pessoal está animado demais e perde o controle”. Dentre vários casos relatados a aluna avisa: “ O trote deve servir para que o calouro interaja com o veterano e a Universidade, e não para humilhar as pessoas ou machucá-las”, ensina a estudante.


Por Juliana Maraschin

Malabares do asfalto

Os sinais de Brasília foram tomados por bolas, bastões e claves de fogo. O que pouca gente sabe, é que domar os malabares, exige além de talento, profissionalização
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Durante um minuto e dez segundos, Vinícius Resende, 20 anos, apresenta o seu espetáculo. O palco são os sinais do centro da capital federal. Lá, ele manipula suas cinco bolinhas. E seus braços parecem multiplicar-se numa orquestrada sinfonia de movimentos, equilíbrio e observação. Os truques não podem demorar, para dar tempo de passar o chapéu, coisa que o próprio artista faz. As apresentações seguem assim durante quatro horas, sete dias por semana.
Assim como ele, virou cena comum flagrarmos malabaristas nas extensões das asas sul e norte. E tem um motivo, Brasília virou referência para esse grupo. Malabaristas de outros estados vêm trabalhar aqui por se tratar de uma cidade com um alto padrão de vida. Essa região é famosa por reunir maior número de contribuintes.
Vitor Fernandes de 22 anos, malabarista há 10, e morador da asa norte, teve o apoio dos pais. Não sofreu discriminação em casa, mas sofreu na rua. “Fui parado no aeroporto na época do Pan-Americano no Rio, passei pela máquina identificadora de metais, e ela apitou. Uma funcionária me barrou por eu estar carregando na bolsa bolinhas de acrílico para malabares. Me destratou e a todo tempo incitava que estaria armado, tive que chamar a polícia para embarcar” relata.
Vini relata ter sofrido uma discriminação mais perversa. “Já me xingaram de vagabundo e de outras coisas mais.Mas nunca revidei, encaro com todo o respeito que um artista deve ter com o seu público.Essa é a opinião deles.Mas geralmente sou aplaudido de dentro dos carros, ou dão uma buzinada.Uma vez, um carroceiro me deu um real.O reconhecimento é o que realmente conta”conclui.
O que poucas pessoas imaginam é que esses artistas são bem informados, tiveram acesso a escola, cultura e a maior parte deles mora no plano. Muito ao contrário dos rótulos de desocupados e vagabundos que costumam levar. “Somos artistas, assim como um cantor, um ator ou um pintor, e isso, é sim uma profissão” ressalta Vini.
O mercado para os malabaristas é escasso e por isso optam pelos sinais.
Miguel Still, 21, anos é um dos colaboradores do encontro semanal de malabares, que acontece no espaço Renato Russo na 508 sul. Ele começou aos 11 arriscando alguns truques, mas só aos 14 se profissionalizou. Aos 21, começou a depender diretamente do sinal. Sua família o apoiou, mas o abandono dos estudos no 1° ano do ensino médio, não agradou muito.
Still é carioca e faz parte da leva de malabaristas que migraram para o centro- oeste. “Mudei para cá, pois sabia que mesmo sem conseguir trabalhos particulares em festas, eventos ou shows teria como me sustentar com o sinal. Brasília é um dos melhores lugares do país para fazer sinal!” analisa.
Ele ainda conta que as dificuldades da profissão o fizeram pensar em partir para outros ramos, mas em paralelo com a sua arte. Entretanto, a paixão pelos malabares falou mais alto, “por ser complicado conciliar as duas coisas, optei por continuar no sinal. Abandonar minha arte eu nunca pensei!”ressalta.
Still admite que parte do preconceito das pessoas é criada pelos próprios malabaristas, “pois há vários malabaristas que não se valorizam. A falta de profissionalismo de alguns acaba "queimando o filme" de quem leva a sério essa profissão”finaliza.
Motoristas x Malabaristas
Sâmella Santos, 30, anos pára todos os dias no sinal da 313 norte por volta das 19:00 horas e já contribuiu com malabaristas.”Vejo que nosso país ainda é muito atrasado quanto ao incentivo às artes.Acho lindo o que fazem.É uma pena não terem uma estrutura para a arte deles”comenta.
O médico aposentado Agenor Fernandes pensa diferente, “Não vejo isso como arte, ficar fazendo umas firulas na frente do farol, não considero nem como trabalho” diz.
O militar Celso Alves, 53 anos, vê nos jovens uma alternativa que não pedir.” Eu,sinceramente não sabia até pouco tempo atrás que isso era uma profissão.É melhor do que pedir. Eles estão nos dando algo em troca”opina.

Por Nirvana Lima

Pague como puder

O número de inadimplentes não para de crescer neste período de crise. Pensando neles, o Ibedec lançou cartilha com medidas preventivas e orientações destinadas à quitação das dívidas
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Um a cada 10 brasileiros não consegue fechar as contas no fim do mês. E a crise, apesar de aumentar o número de endividados, pode ser a solução de muitos dos 18 milhões de pessoas que perdem o sono com os boletos vencidos que se acumulam no fundo na gaveta. A esperança é dada pelo Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec) que lançou, este ano, a cartilha - Edição Endividados. Foi a própria entidade que calculou o tamanho do exército dos brasileiros quebrados: 10% da população nacional.
A primeira constatação da cartilha do Ibedec é de que não vale a pena se desesperar. De acordo com a publicação, em momentos de crise econômica, como o atual, as chances de obter uma negociação são maiores, já que o dinheiro está escasso e as empresas preferem perder um pouco a deixar de receber. Os consumidores devem aproveitar a facilidade de negociação.
A partir de dados da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-DF), foi identificado que a maioria é dos sem dinheiro está na classe C, consumidores com faixa salarial de até cinco salários mínimos. Além disso, uma pesquisa do órgão mostrou que, em Brasília, houve um aumento de 50% de devedores com idade até 25 anos apesar dos campeões em dívidas terem idade entre 30 e 40 anos.
Segundo a CDL, cresceu também o número de brasilienses que tiveram seu nome inserido no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Em janeiro, eram 4,8% e, no mês passado, subiu para 5,2%. Em fevereiro, 131 mil 937 pessoas tiveram o nome incluído no SPC e 125 mil 416 pessoas foram excluídas do cadastro de inadimplentes.
Andressa Valadão, 24 anos, assistente administrativa, faz parte desse grupo de inadimplentes. O dinheiro que ganha por mês não é o suficiente para quitar as dívidas que acumulou há anos. Andressa ainda ressalta que sabe a importância de ter consciência sobre o controle de gastos, mas afirma que o comércio tem uma parcela de culpa nessa história. "Não consigo deixar de comprar e na hora de pagar é um sufoco, pois não tenho de onde tirar o dinheiro", diz, entre risos. "Acho que todos têm o direito à saúde, educação e diversão, mas o custo de vida em Brasília é muito alto e os devedores se tornam reféns das facilidades de crédito que o comércio oferece", desabafa.
Por dia, o Ibedec recebe mais de 100 reclamações de consumidores que questionam a cobrança pelas empresas. O instituto foi idealizado em junho de 2001 e fundado por um grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento científico das relações de consumo visando contribuir para o aperfeiçoamento dessas relações. Com a catalogação dos últimos seis meses de reclamação a entidade elaborou a cartilha. "O principal foco é a prevenção, além da abordagem sobre como resolver os problemas e tirar dúvidas. Para o instituto, a saída é o país investir na educação financeira, onde o consumidor buscará informações para um consumo consciente", diz José Geraldo Tardin, presidente da organização.
A cartilha foi lançada formalmente no último dia 25 de fevereiro, no Serviço de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon . Com o lançamento, o site do Ibedec chegou a receber 25 mil acessos . O documento está disponível no site: www.ibedec.org.br, na seção consumo/Cartilhas, já a versão impressa é distribuída gratuitamente na sede do instituto.
A secretária executiva Joana Cabral, 25 anos, sabe muito bem o que é ter dívidas; criou sozinha duas filhas com uma renda mensal de três salários mínimos. Soube da cartilha por meio da reportagem, achou muito válida a orientação de elaboração de contratos e cartas para acordos, principalmente a parte que enumera direitos em relação a serviços e produtos. "Precisamos de uma instituição séria para orientar as pessoas que buscam informações, muitas querem quitar as dívidas, mas não sabem por onde começar, acabam sofrendo abusos por parte do comércio, que coloca dificuldades na hora de negociar e resolver o problema. A cartilha é uma ótima idéia", elogia .
Serviço: IBEDEC, Quadra CLS 414, bl. C loja:27 Asa Sul
Informações.: 3345-2492
"Povo Fala"
Pergunta: Você sabe como negociar suas dívidas?
Erivelton Batista – Apoio Administrativo, 37 anos. Sim, tento negociar à vista para sair mais em conta, negocio do meu jeito mas com a cartilha vou me sentir mais orientado.
Alexandra Mariano – Motorista de transporte escolar, 36 anos. Sim, vou até local onde devo e busco informações da melhor forma para eu pagar tendo menos prejuízo.
Elias Amorim – Bartender , 25 anos, Não. Mas sabendo da existência da cartilha vou usá-la como um guia de bolso.
Por Aída Rodrigues

Os “becos” do Gama dão o que falar

Os policiais militares e bombeiros sofrem com resistência da população na ocupação dos lotes. Cabo da PM faz até churrasco para conquistar a simpatia de vizinhos
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A resistência da população que é contra o fim dos becos, continua sendo o maior problema enfrentado pelos bombeiros e policiais que receberam os lotes no Gama, cidade satélite do Distrito Federal. Esses lotes foram doados pelo governador José Roberto Arruda com aprovação recente na Câmara Legislativa.
Os chamados “becos”, que são os lotes localizados em áreas intersticiais (espaço que separa duas casas contíguas). Distribuídos através de sorteio aos militares seguindo a ordem de pontuação no Sistema de Informação habitacional (Sihab).
Os bombeiros e policiais militares agora precisam conquistar a amizade dos novos vizinhos que não receberam bem a notícia de ter a sua “esquina” fechada e querem entrar na Justiça para impedir as edificações. Os moradores se queixam por não terem sido consultados ou ao menos informados de tal mudança.
Como o caso do seu Manoel Pereira Barros, 63 anos, aposentado, tem um lote a ser doado ao lado da sua casa que fica na quadra 04 do setor Leste do Gama. O aposentado não concorda em fechar o beco, alega que sua casa perde valor, “Quando a comprei era uma casa de esquina e é assim que eu quero que continue sendo” aclamou. Ele declarou que vai até a última instância para impedir a ocupação.
Roseli Pinheiro, professora, moradora da quadra 04 do Setor Leste do Gama vizinha de um lote a ser doado, também não concorda, porque há inquilinos no fundo do lote com saída pela lateral da casa. Diz ainda que tem autorização (concessão) para utilizar os três metros quadrados da lateral do lote que se encontra cercado.
Um cabo da PM, que preferiu não ser identificado, revela que preparou um churrasco especialmente para os mais novos vizinhos no intuito de atrair a sua simpatia. Mas a finalidade ainda não foi alcançada. Os convidados simplesmente não apareceram, e continuam descontentes com a situação.
O secretário de Habitação do DF, Paulo Roriz fez críticas aos moradores que resistem à ocupação desses lotes. Ele afirma que a ocupação dos lotes vai aumentar a segurança da comunidade, já que em muitos casos esses espaços ficam ociosos e são usados como ponto de encontro de grupos de gangues ou depósito de entulhos e lixo.
E há também quem concorde, Ana Maria Alves Vasconcelos, 38 anos, comerciante, diz ficar muito tranqüila em ter um vizinho bombeiro, e não terá mais problemas com os entulhos jogados no muro da sua casa. “É uma dor de cabeça a menos”.

Por Marlene Alves de Souza

Um Quiosque diferente


Além de vender LPs, CDs e livros variados, o quiosque é um pólo de encontro cultural
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Quem anda pelo CONIC pode a qualquer momento topar com prateleiras expostas ao ar livre. Elas estão cheias de livros, dos mais variados assuntos. É possível encontrar dos mais antigos, aqueles que pensamos que nem existem mais, aos novos, que estão nas listas dos mais vendidos. Mas, não são apenas livros. LPs, CDs, VHS, gibis, também preenchem o espaço, batizado pelo dono, Ivan Presença, de Quiosque Cultural.
Há aproximadamente uma década, o quiosque transmite cultura para quem conhece, se envolve e aproveita da iniciativa. Ivan Presença, como consultor cultural, não pensou no quiosque como um simples sebo, um lugar que vende livros usados. Foi além. “Achei que seria interessante criar um pólo de encontros culturais com autores poetas no CONIC. Aqui vêm ministros, intelectuais, parlamentares, professores, faxineiros, funcionários públicos e funcionários privados”, conta Ivan.
Ivan, que trabalha com livros desde os 12 anos de idade, é a favor da leitura e explica a filosofia de um sebo. “Tenho como ponto de partida a democratização da leitura. É mais barato, mais em conta, o livro usado. A posição do sebo é democratizar o acesso ao livro em função da renda de cada pessoa”, destaca Ivan. Portanto os preços são baixos. Alguns dos materiais vendidos no Quiosque Cultural são doados, e outros, Ivan, compra ou troca.
Outra peculiaridade do sebo é encontrar livros, dentre outros objetos, que por serem antigos são raridade. A jovem, Débora Mynssen, que passava no local pela primeira vez, conta que ali acabara de achar um livro que procurou em vários lugares e até então não tinha encontrado.
Além disso, Débora, fala que a humildade do sebo é aconchegante. Ela destaca a diferença que é estar em uma livraria de shopping e estar ali. “Quando você entra em um sebo, parece que você está mais aberto à paixão pelo livro do que a comprar porquê alguém te induziu. Você não vai olhar o livro porque está na lista dos 10 melhores ou porque está numa prateleira iluminada escrito oferta. Você escolhe pelo livro. Apenas por ele, pelo conteúdo dele. Você paginou, ou então você se apaixonou pelo titulo e você quer saber o que o livro está querendo dizer”. Conclui dizendo que “livraria é um lugar que rotula livros e o sebo é um lugar que você conhece eles”.
Na visão do sociólogo, Rainero Xavier, “sebo é um ‘locus cultural’ que permite às pessoas, aos grupos, enfim, à sociedade, mergulhos e escavações no tempo passado para que possam compreender o presente e projetar o futuro”. Outro ponto importante, destacado por Xavier, é a capacidade de transformação de uma sociedade por meio da leitura e, o sebo, segundo ele, é utilizado também para isso. “Serve como fonte permanente de aperfeiçoamento dos valores humanos e, assim sendo, como uma bela contribuição à reconstrução de novos padrões culturais a favor de uma nova civilização”, detalha o sociólogo.
É sobre essa transformação que Ivan Presença comenta. “Esse papel que eu faço aqui muda muito as pessoas que não conhecem o que é livro, que não sabem o que é livro. Encosta, vê se tem um livro de um real, dois reais. Leva, vai lendo por aí e depois volta...‘oh gostei do livro que você me indicou tem outro?’. Aí vai fazendo individualmente o seu papel”. Assim, tem funcionado o Quiosque Cultural, do Ivan Presença, que convida a todos para a poesia de segunda. O evento acontece na segunda segunda-feira de cada mês.


Por Déborah Siqueira

A arte e o vandalismo


Grafiteiros querem desvincular sua imagem à dos Pichadores que desafiam as autoridades
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Os grafiteiros, que, por muito tempo, foram considerados vândalos pela sociedade, estão tentando desvincular a imagem do grafite à da pichação. Eles estão fazendo isso de uma forma simples: demonstrar à sociedade o grafite como ele realmente é, ou seja, uma arte. “Isto está sendo feito através de eventos culturais, exposições e trabalhos ao ar livre em lugares de fácil visualização para que todos possam apreciar a arte sem custo algum”, explica a grafiteira Anny Sousa.
Segundo ela, os grafiteiros vêm apresentando seus trabalhos em lugares públicos. “Assim, passamos a inseri-los no dia a dia das pessoas e fazemos com que a sociedade tenha uma fácil compreensão sobre a diferença entre grafite e pichação”, acrescenta a grafiteira.
A grafitagem é uma arte oriunda das pinturas rupestres. Praticada no Brasil desde a década de 80, está relacionada ao movimento Hip Hop, que nasceu na periferia de Nova Iorque, nos anos 60. Apesar de ser confundida com pichação, a grafitagem, muitas vezes, tem o objetivo de combater a pichação. “O grafite, geralmente é praticado em lugares que seriam alvos fáceis de pichadores e com a autorização dos donos de estabelecimentos e das autoridades”, afirma a artista plástica Neila Ribeiro. Segundo ela, pelo código de honra firmado entre os grupos, não se faz pichação em locais onde existam as grafitagens. “Isso inibe a ação dos pichadores”, completa.
A pichação é, muitas vezes, confundida com a grafitagem pela sociedade.Embora parecidos devido à grande dificuldade de identificar o que está escrito ou desenhado nos muros, há uma grande diferença entre ambas.
Considerada um ato de vandalismo, a pichação é realizada sem autorização dos proprietários dos imóveis e tem como objetivo escrever o nome do autor ou gangue, por meio de letras ou de sinais muitas vezes indecifráveis, em muros ou prédios. “Quanto mais arriscado, maior o ibope”, descreveu o pichador Daniel, de 25 anos, que assina o nome de Reprise.
A mais recente arma contra a ação dos pichadores é a lei nº9.605/98 dos crimes ambientais, que estabelece punição de três meses a um ano de cadeia, além de pagamento de multa. Até mesmo o grafite que for feito em muros de propriedade particular ou pública sem a devida autorização poderá ser enquadrado no referido artigo e sofrer as mesmas penalidades. “Não é por ser considerada uma arte que a grafitagem tem o direito de ser feita em qualquer lugar e a qualquer momento”, explica Neila.
Os pichadores agem, normalmente, na madrugada, pois quase todo o comércio está fechado e a movimentação de pessoas é menor nas grandes avenidas. Com o fraco movimento nessas vias, fica fácil escolher os melhores lugares e até mesmo a maneira de entrar em determinado prédio para pichar.
Daniel afirma que, em 11 anos como pichador, já subiu em mais de 500 prédios de São Paulo (SP), alguns com mais de 10 andares. Nunca foi preso. “No máximo voltei para casa com algumas marcas no corpo, devido à surra aplicada por policiais, e com o corpo todo cheio de tinta”, relata.
Neste período, já perdeu vários amigos envolvidos em guerras de gangues de pichadores ou em acidentes no exercício da pichação. Questionado se não pensa em largar esta vida, ele afirma não parar tão cedo, pois “adoro a adrenalina que sinto quando estou pichando”.
A psicóloga Corina Sales comenta que o comportamento de alguns destes jovens se deve a algum tipo de privação que possam ter sofrido ainda quando criança. “Essa privação pode ter criado alguma barreira no comportamento do jovem, que, ao cometer este tipo de vandalismo, visto por ele como nada mais que uma diversão, passa a considerar tal ato como uma forma de resgatar o que lhe foi privado”, analisa a psicóloga.
Muitos usam a pichação não só como forma de “diversão”, mas, também, para chamar a atenção das autoridades. E mesmo correndo o risco de serem presos ou até mesmo de perderem a vida. Os pichadores entrevistados afirmam que não vão parar.

Por Sivanilto Cruz

Crack nas instituições de ensino

Dois traficantes foram presos recentemente no DF e Policias viciados do Bope são acusados de participação no tráfico
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O batalhão de operações especiais (BOPE) na manhã de terça-feira 17 março prendeu dois jovens acusados de tráfico de drogas, que forneciam crack a instituições de ensino em Brasília. A droga estava sendo entregue no colégio da quadra dois no Paranoá- cidade satélite de Brasília. A polícia suspeita que os jovens fornecem a droga a motoboys que distribuem por encomenda no Plano Piloto e cidades satélites.
Informações obtidas no Bope mostram que os traficantes presos são moradores da quadra 03 fazendinha (Itapoã) e dividiam um quarto na casa de Antônio Neto. Lá eles dividiam todas as porções e separavam as entregas por setor. O Plano Piloto recebia uma maior atenção dos traficantes. A droga era passada a cidades satélites posteriormente. O número de viciados em crack cresceu muito nos últimos anos,a faixa etária dos viciados é de 12 a 33 anos. Os viciados querem uma porção atrás da outra porque os efeitos duram menos tempo que as outras drogas.
O Distrito Federal tem oito pontos de concentração de tráfico e consumo da droga feita a partir da pasta base da cocaína. O principal ponto de venda do crack está na quadra cinco do Setor Comercial Sul. Jovens como Leandro de Souza Alves 18 anos e Bruno Castro Neves 21 passavam as porções a R$10,00. Segundo o policial do Bope Gilberto Figueiredo os jovens confessaram a venda em diversos pontos de Brasília, principalmente em escolas e universidades “Os dois vendiam crack aos viciados e ameaçavam aqueles que tinham dívidas,”conta o militar.
Os dois traficantes estão presos na Papuda aguardando julgamento e podem pegar de 12 a 20 anos de prisão.A polícia investiga a participação de policiais no tráfico,são acusados de consumir as drogas apreendidas, facilitar o acesso dos traficantes junto às instituições de ensino e tortura.
De acordo com um policial militar que pediu para não ser identificado por motivos óbvios, policias fazem parte do tráfico facilitando o acesso dos jovens às instituições. Quando apreendem alguma porção de crack algumas vezes não apresentam á polícia “Já participei de operações escolares em que meus colegas de trabalho usavam drogas durante a ronda. Os policiais abordam menores viciados e levam para o matagal que fica ao lado do Paranoá, tomam as drogas e depois os liberaram”. O policiamento ostensivo, rígido que faz parte da constituição da policia militar por alguns foi deixado de lado, relata o policial que precisa permanecer incógnito.
A diretora do colégio dois do Paranoá, Sandra Gomes Conceição, prestou informações ao delegado de policia da 10º DP. Sandra comentou a facilidade com que o tráfico de crack cresce no colégio. “Eu já fiz várias chamadas junto a polícia, por causa de alunos que usavam drogas dentro do colégio e a polícia nunca acha nada.” Dentro e fora das instituições de ensino se consegue todo tipo de droga, as mais comuns são maconha e cocaína .O crack vem ganhando força pelo forte efeito.A droga causa uma dependência absurda.O viciado se sente em outra atmosfera, vê vultos, fica com sistema nervoso alterado, as alucinações criam situações de luta, o viciado dá socos e murros no ar.
Jovens entram para o mundo das drogas cada vez mais cedo e a impunidade facilita o ciclo vicioso.
Por Douglas de Andrade Almeida

Mulheres se envolvem menos em acidentes de trânsito

Sexo feminino lidera segurança ao volante e os riscos de acidentes são bem menores
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Pesquisa realizada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), mostra que dos acidentes registrados nos últimos três anos no país, apenas 11% deles envolviam mulheres. De acordo com o levantamento, dos 1,5 milhão de acidentes ocorridos entre os anos de 2004 a 2007 com vítimas, 71% deles eram homens e 18% não foi possível saber a identificação dos sexos, pois, muitos motoristas fogem, após uma colisão ou atropelamento. Até dezembro de 2008, o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação (Renach) havia registrado 45,1 milhões de motoristas, sendo que 33% desse total são mulheres.
Os tabus contra o preconceito continuam sendo quebrados. As condutoras femininas estão adquirindo mais espaço nas estradas e ganhando posições nos empregos que envolvem os meios de transportes. É comum nas ruas, encontrarmos mulheres na direção de caminhões pesados, ônibus e até mesmo nas frotas de táxi. Daniela Garcia mora em Taguatinga é está obtendo o seu registro de habilitação. Para ela, "a conquista das mulheres nos meios de transportes não é somente uma questão de coragem, mas também uma forma de mostrar aos homens que não somente eles são feras nas estradas".
A assessora do Departamento Nacional de Trânsito, Jaqueline Costa, explica o aumento de condutoras femininas ao volante. Segundo ela, "desde dezembro de 2004 houve grande evolução de motoristas do sexo feminino no Brasil, atingindo um percentual de 44% de mulheres habilitadas a dirigirem". Jaqueline diz também que, dados do Denatran mostram aumento de mulheres habilitadas para a carteira de categoria A, necessária para conduzir motos. "Hoje, existem cerca de 50% de motociclistas mulheres, totalizando 2.534.242 de condutoras".
Simone Alves é moradora do Guará e dirige há nove anos. Ela fala que apesar do tempo de habilitada, nunca se envolveu em colisões de trânsito, e para que isso não venha a ocorrer têm muita cautela e paciência, principalmente por estar levando vidas a bordo. Acostumada com o pesado fluxo de carros nas vias, ela diz lisonjeada que o ditado popular "mulher no volante perigo constante" não se confirma mais no Brasil, e que "as brasileiras agora têm um bom argumento para provar que dirigem bem". E deixa um recado para as mais medrosas, que tudo é questão de tranqüilidade na hora de pisar no acelerador.
Por Carlos Monteiro

Benefício Adquirido

Pacientes que fazem cirurgia de redução de estômago, usam o cartão de identificação em bares e restaurantes para desconto
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Cristiane Salvino Silva, 45 anos, conhecida como tia Cris é apaixonada pela vida. Ela é bonita, batalhadora e alegre. Foi motorista de veículo escolar por 12 anos, e foi conhecida como a segunda mulher em Brasília a receber a licença pra dirigir veículos escolares. Mas nem sempre foi assim, pois se deparou com um problema sério de saúde, e foi aconselhada pelo endocrinologista Roberpaulo Ferreira Filho a fazer a cirurgia de redução do estômago, tecnicamente conhecida como cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica da tia Cris foi realizada há quatro anos. Hoje ela está estabilizada no peso e regrada para hábitos saudáveis. Ela perdeu 36 quilos. A alegria da tia Cris é tamanha com a nova vida que ela faz questão de mostrar a sua conquista para todos e anda com uma carteira de identificação dentro da bolsa.
A ideia da carteira foi do cirurgião Orlando Pereira, o responsável pela operação em tia Cris. Ao todo, ele já realizou 2000 mil cirurgias Bariátricas e entregou a todos os pacientes um cartão de identificação para que os operados possam explicar o procedimento a que foram submetidos.
Com a carteira em mãos, tia Cris descobriu nas reuniões dos bariátricos que alguns restaurantes de rodízio dão descontos ao apresentarem a carteirinha, na clinica eles forneciam uma lista de restaurantes que davam desconto, mas não precisou. Por se considerar uma carioca da gema, falante e descontraída quando vai a um restaurante costuma falar com o gerente, se identifica, mostra a carteira, e se for preciso, também mostra a cicatriz. Justifica que ingere a quantidade de comida como uma criança, e se duvidar, menos. "A questão não é somente financeira, pois não acho justo comer pouco e pagar por muito", diz ela.
No restaurante Assados e Grelhados, na 109 Sul, o gerente Mateus Silva já acostumou com as abordagens dos bariátricos:
"achamos justo o desconto, isso não é pagar menos, deveria ser um direito".
Tia Cris só não conseguiu desconto uma única vez, em uma festa com colegas de trabalho na comemoração do final de ano. Já usou diversas vezes a carteira de identificação e hoje, sabe quais os restaurantes que dão descontos em Brasília.
Cristiane pesquisou seis meses sobre o procedimento cirúrgico e como seria a mudança de vida pós-cirúrgica. Foi nesta pesquisa encontrou o Médico Orlando Pereira, brasiliense e um dos precursores de cirurgia do aparelho digestivo, titular e Delegado Regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, redução de estômago. Sentindo-se segura, optou pela cirurgia:
"Fiz porque tenho uma deficiência óssea, com diagnóstico de diabetes e cirrose hepática devida minha obesidade. Dietas não adiantavam mais, sem a cirurgia teria que usar cadeira de rodas e bengala". Ela participa todas as terças-feiras de reuniões para bariátricos no hospital Santa Lúcia ou na Clínica do Médico Orlando Pereira. Quando ela fez a cirurgia eram 600 pacientes participantes, hoje são dois mil. Esses encontros servem como apoio pela grande mudança emocional que passam. A equipe é formada por médicos, psicólogos e nutricionistas.
Em contato com Cléber Sampaio, da assessoria de imprensa do Sindicato de Bares e Restaurantes/SINDOBAR, e Lisandre Werner, presidente da Associação Brasileira de Bares/ABRASEL em Brasília, dizem desconhecer o desconto, e também não sabem da existência da carteira de identificação. Finalizam que as instituições não possuem nenhuma responsabilidade sobre o uso com desconto e que nada foi formalizado.
Cristiane diz que não precisa de interlocutores, murmura como se fosse só para ela: "eu ainda farei um movimento para que esse desconto se torne Lei."
Por Vera Oliveira

O que vem depois da faculdade?


Mestrado, especialização, MBA, doutorado... Entenda os tipos de pós-graduação e por que fazê-los
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Dia de formatura. Todos os graduados estão felizes e aliviados depois de quatro anos de tanta dedicação. Só que agora se perguntam o que será que vem pela frente? Fazer uma pós ou partir para o mercado de trabalho? Quais são, afinal, os tipos e as diferenças entre os cursos de pós-graduação?
Todas as pós, de um modo geral, são cursos de aprimoramento realizados depois da graduação. A diferença está no conteúdo, na duração e, principalmente, nos objetivos de cada tipo. No Brasil, eles são divididos nas categorias lato sensu e stricto sensu.
Na primeira, os cursos são voltados para a atuação profissional, com duração de um ou dois anos. São as especializações, incluindo as de gestão de negócios ou simplesmente MBA (Master in Business Administration). Como esse tipo de curso fornece apenas certificado, e não diploma, é mais indicado para quem quer se aprofundar na área em que trabalha ou pretende trabalhar.
Já na segunda categoria, o objetivo é formar pesquisadores e professores universitários, podendo variar quanto à duração. São os mestrados (profissionalizantes ou acadêmicos) e os doutorados. Esses cursos entregam diploma e são coordenados e conceituados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação.
Segundo Pedro Arcanjo, assessor da CAPES, o nível de exigência é alto. São avaliados desde a capacidade técnica dos professores (experiência, dedicação de tempo, orientação, participação em pesquisa) até a infra-estrutura dos laboratórios das universidades. A lista completa dos cursos recomendados está no site http://www.capes.gov.br/cursos-recomendados.
Para Douglas Ramos, coordenador do MBA de Marketing da UPIS em Brasília, “o diploma abre algumas portas, mostra o interesse da pessoa, mas não é o diferencial”. Na decisão por uma vaga, mais que o currículo, o que conta é o conhecimento, a competência e o nível de aprofundamento da pessoa. Por esse motivo, ele acredita que um aluno que entra na pós-graduação com certa experiência profissional acaba aproveitando mais o curso.
Mas, mesmo que a pós não seja uma garantia de sucesso, ela pode ajudar. De acordo com a pesquisa “Você no Mercado de Trabalho”, da Fundação Getúlio Vargas, os profissionais com esse tipo de curso ganham, em média, 42% a mais do que aqueles sem. A pesquisa, divulgada em outubro do ano passado, diz, ainda, que em alguns cursos, em especial da área de Administração, o salário chega até a dobrar.
As vantagens, portanto, são muitas, mas esses cursos exigem esforço e dedicação dos alunos. Roberto Rondon, aluno há um ano do mestrado acadêmico do Instituto de Administração da Universidade de Brasília (UnB), diz que as aulas são puxadas e normalmente são poucos os alunos por sala. “Há muitos trabalhos, apresentações, debates e, principalmente, muita dedicação. Só quem tem perfil deveria fazer pós-graduação. Não adianta ir lá só pelo diploma, tem que batalhar mesmo”.
De acordo com Rozana Naves, professora do Instituto de Letras da UnB, há “casos de estudantes de pós-graduação que não conseguem ainda desenvolver um trabalho de pesquisa com a qualidade desejada”. Por isso, é preciso se preparar com antecedência também para o curso, de preferência desde a graduação. A dica dela é que o aluno participe de projetos de pesquisa da faculdade para já ir definindo suas áreas de interesse.


Por Taís Meireles

Alimentação às pressas

A correria do dia a dia acaba ditando os hábitos alimentares de muita gente
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O nosso cotidiano é cada vez mais corrido e quem tem de trabalhar e estudar é obrigado a dividir o tempo da maneira mais produtiva possível, às vezes esquecendo hábitos essenciais à saúde. Por muitas vezes a alimentação ocupa um tempo que não pode ser desperdiçado, ou esquecem-se de comer no anseio de terminar logo suas tarefas. Para ganhar tempo, ou aproveitar o pouco que lhes é proporcionado, acabam se alimentando de qualquer forma. Da maneira mais rápida e cômoda possível.
Para a estudante Laís Marinho, quando perde a hora e tem de sair apressada entre o trabalho e a aula‘‘acaba comendo besteiras como salgados e biscoitos para poupar tempo. ’’
Segundo a nutricionista Sabrina Alves do Programa Passaporte para a Saúde do SESC, cansaço e fraqueza são alguns sintomas apresentados por quem não se alimenta de maneira correta, podendo provocar desmaios. ‘‘Maus hábitos alimentares podem gerar além de sobrepeso problemas cardíacos por excesso de gordura no sangue, ’’ afirma.
Já para aqueles que se preocupam com a saúde e estão sempre na rua no horário das refeições mais importantes, as grandes redes de fast food oferecem alternativas como saladas e sanduíches naturais.
Para o estudante Bruno Gomes ‘‘os sanduíches servem para enganar o estômago durante certo período de tempo, o que não acontece se comer salada’’. Para a nutricionista, vale lembrar que ‘‘o importante mesmo é o bom senso de cada um’’. As comidas menos saudáveis são sempre mais atrativas. ‘‘Não se trata de dieta, e sim de um saudável cotidiano alimentar orientado por noções básicas de nutrição. ’’
Sabrina assinala que, ‘‘é aconselhável alimentar-se de três em três horas para que aumentando o número de refeições diminua a quantidade de comida ingerida em cada uma. ’’ Dando importância a frutas e sucos como lanches entre as refeições. Ora, mas como assim? Devem pensar os comilões de plantão. Daí, a importância de esclarecer que tipo de alimentação é essa que deve ser feita.
A nutricionista orienta que o café da manhã é a refeição inicial e mais importante do dia, devem ser ingeridos alimentos ricos em fibras como frutas e pães integrais. No meio da manhã é aconselhável um lanchinho que pode ser uma fruta. No almoço uma porção de carboidrato (arroz, batata doce, inhame ou uma massa) uma porção de reguladores (o popular feijão) ou uma salada com bastante variedade de cores, e os lipídios ou óleos essenciais que estão presentes nas carnes e no azeite.
Sabrina ainda aconselha que ‘‘devemos optar por proteínas leves como peito de frango ou peixe’’. À tarde novamente um lanche que pode ser uma fruta ou um suco. Para a nutricionista o jantar é uma refeição que pode ser ‘‘pulada’’no dia. A ceia é para pessoas que comem muito, ou que tem necessidade de se alimentar um pouco mais.
Para a nutricionista, os parâmetros que determinam a alimentação são específicos para cada individuo, e devem ser seguidos com equilíbrio e moderação. Sempre se preocupando com detalhes como a ingestão de líquidos durante o dia, que dependendo do peso da pessoa, deve ingerir no mínimo dois litros de água. Refrigerantes devem ser evitados. Não esquecendo a mastigação que tem grande relevância, pois é onde começa a digestão dos alimentos.
‘‘O que deve ser considerado e seguido à risca é que a alimentação deve obedecer a padrões estabelecidos pelo nosso próprio corpo e suas necessidades ao longo do dia’’ conclui Sabrina.

Por Tiago Moreno


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