quarta-feira, 17 de junho de 2009

Aonde estão os alunos do Plano Piloto?

Escolas que oferecem Educação Infantil para crianças de quatro e cinco anos fecham turma por falta de alunos.

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A educação pública de Ensino Infantil do Plano Piloto esse ano teve um fato curioso. Escolas de Jardim de Infância na Asa Sul quase fecharam as portas por falta de alunos. Segundo a Diretora da Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro, Leila Pavanelli, “a população do Plano envelheceu consideravelmente”. A Secretaria de Ensino do Distrito Federal convocou uma 2° chamada do Telematricula, através do numero 156, para preencher essas vagas excedentes.
O Telematricula foi criado à onze anos durante o governo de Cristóvão Buarque para democratizar a distribuição de vagas na rede publica e evitar as grandes filas existentes nas portas das escolas. O 156 veio para incluir crianças novas na rede publica, e a distribuição é feita através do endereço residencial ou endereço do trabalho dos pais. "De forma geral conseguimos atender de forma razoável a população que procurou o 156 e esse ano já atendemos em torno de 520 mil alunos”, segundo a Diretora.
Leila também explicou que 78% dos alunos do ensino infantil são filhos de pais moradores das satélites e que o restante do percentual é dividido entre filhos e netos dos moradores do Plano Piloto. E com a 2° chamada do Telematricula, a Regional conseguiu fechar dez novas turmas, com uma média de 20 a 25 alunos por turma, que foram distribuídas nas escolas com déficit de alunos evitando o fechamento das mesmas.
Um outro motivo foi a criação do novo projeto de implantação do Bloco Inicial de Alfabetização, previsto desde 2005 a ser implantado em 2010 em toda rede de ensino publico, onde o ensino infantil com o ensino fundamental deixa de ser de oito anos e passa a ser de nove anos,com o objetivo principal de alfabetizar crianças antes de completar oito anos. Com isso houve uma diminuição considerável de alunos nos Jardins de Infância que passaram a atender só crianças de quatro e cinco anos, e encaminharam as turmas de 6 anos às Escolas Classes.
Segundo a Diretora do Jardim de Infância da 302 norte, Sheila Laytynher, “Muitos pais reclamaram da dificuldade de falar no 156”, e a grande duvida era do porque não poderiam fazer as matrículas na própria escola. A Regional de Ensino irá abrir novamente a Telematricula para conseguir fechar novas turmas, e que a escolas não estão autorizadas a fazer matriculas fora do prazo.
A Secretária do Jardim de Infância da 302 norte, Cleane Sousa Pereira, declarou que muitos pais chegavam na escola “com informações erradas” e não teriam como esclarecer os questionamentos dos pais pois também não tiveram nenhuma orientação da Regional para resolver esse problema. A resolução tomada pela escola foi de encaminharem os pais para a Regional colocarem suas dificuldades e tirar suas dúvidas.
A Secretaria de Educação disponibiliza de um Site para mais informações e esclarecimentos no endereço http://www.se.df.gov.br/ .
Por Ana Carolina Fernandes

TV Comunitária: A rebeldia no cabo

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A busca de novas linguagens e tecnologias para os meios de comunicação, especialmente na telinha da TV, vem recebendo um forte aliado em Brasília. Trata-se da TV Comunitária de Brasília - canal 8 na NET e na web: http://www.tvcomunitariadf.com.br/, e que tem ajudado muito aos estudantes de jornalismo abrindo suas portas para a criação e apresentação de programas que fogem ao padrão das TVs comerciais.
É o que explica o jornalista Paulo Miranda que está à frente das atividades do projeto desde 13 de agosto de 1997, veiculando vídeos e documentários de instituições sociais, estudantis, culturais; programas e documentários de produtores independentes; programas próprios editados sobre o sindicalismo e eventos artísticos, especialmente shows musicais.
Além disso, nas tardes das sextas-feiras, a emissora oferece o chamado acesso público, com transmissões ao vivo para quem quer fazer-se vê na TV com temas variados, entre os quais, latinidade, lançamento de livro, agroenergia, reforma agrária, divisão de riqueza, conferência nacional de comunicação e análise crítica da mídia.
TV a cabo
“É uma programação comunitária de qualidade, mas restrita ao cabo, para quem pode pagar assinatura de tv a cabo”, explica Paulo Miranda. E continua informado que o canal é assistido por mais de cem mil telespectadores no DF e mais um tanto pessoas pelas cidades vizinhas aonde o sinal consegue chegar.
Enaltece que o canal de TV é fruto da luta pela democratização da comunicação. É também consequência de canais possibilitados pelas novas tecnologias, no caso a fibra ótica. Por esse meio físico estruturado no país, a partir da lei 8.977, de 6 de janeiro de 1995, foram garantidos canais para o Senado, a Câmara, o Judiciário, as assembléias legislativas, as universidades e para as organizações da sociedade, que se expressam hoje pelas TVs Comunitárias.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, Romário Schettino, afirmou que a TV Comunitária de Brasília na TV a cabo, foi uma conquista da sociedade brasileira. ”O Sindicato ajudou nessa formulação legal e nos orgulhamos disso. Houve gente que não entendeu à importância desse canal, ainda que na TV paga”. Reforçou que o próximo passo do Sindicato será o de torná-la aberta via TV digital e que estão trabalhando numa nova legislação.
Programação Alternativa
Outro ponto alto e que muito orgulha ao fundador da TV Comunitária, Paulo Miranda, é a programação, pois é considerada por ele uma salada social, uma mistura de questões locais com as nacionais, por meio da Legião Brasileira da Boa Vontade, LBV, da TV Paraná Educativa e com as internacionais a partir da Telesur, um canal multiestatal que noticia as Américas, com sucursal em Brasília, e aporte financeiro da Venezuela, Cuba, Uruguai, Argentina, Bolívia e Equador e apoio da TV Brasil.
Para a professora e bailarina Christiane Lapa, assídua telespectadora, ao mesmo tempo que agradece por não “estar assistindo a mesmice e a chatice de programas enlatados feitos para vender de tudo e alienar”, teve a grata surpresa de ter assistido um dos espetáculos da sua companhia de dança, Alaya. “É muito bom e importante para a dança do DF ter canais de TV que valorizem os artistas locais, dando transparência e divulgação”.
Ressalta que são muito bons os programas latino-americanos e vários brasileiros, principalmente os de arte, jornalismo e programas com artistas de qualidade e que a grande mídia parece desconhecê-los. Também faz menção a projeção de espetáculos sobre o folclore brasileiro.
Fundo Nacional de Apoio às Rádios e TVs Comunitárias
Romário Schettino disse que é necessário a criação de um Fundo Nacional de Apoio às Rádios e TVs Comunitárias para garantir a sustentabilidade desses veículos sem que tenham necessidades de recorrer aos anúncios publicitários. Ele esclarece que o Fundo vai servir para capacitar os comunicadores comunitários tecnicamente e reequipar as emissoras com transmissores mais modernos, computadores, e, finalmente, permitir que todos possam entrar na era digital.
Disse no final da entrevista que só haverá democracia no Brasil quando houver democratização dos meios de comunicação. “Comunicação é um direito de todo cidadão, não apenas de alguns proprietários ricos e elitizados."
Paulo Miranda, por sua vez, fez questão de enaltecer exemplificando que a luta por uma política de mídia comunitária para o Brasil, poderá ter como parâmetro os modelos dos Estados Unidos e do Canadá. “Nesses países, os canais comunitários são escolas de mídia comunitária e pólos culturais. Nós queremos o mesmo para nós, com uma produção bidirecional”.

Por Robson Silva

Mesmo com a lei seca, bares de Vicente Pires ganham vida

Bares do Vicente Pires se renovam depois da Lei Seca e conquistam a clientela que, por medo da fiscalização, prefere curtir o happy hour perto de casa e fugir do risco de ser multado
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Bares localizados em Vicente Pires não foram atingidos pela Lei Seca. Pelo contrário, a clientela só tem aumentado. Clientes que até pouco tempo faziam seu happy hour nos bares do Plano Piloto agora preferem beber sua cervejinha perto de casa e evitar problemas com o bafômetro. Para atrair esse público, alguns bares estão investindo no cardápio, na decoração e, principalmente, no atendimento.
Wesley Silva, proprietário da choperia Espaço XXI, inaugurada em dezembro de 2008, é um dos donos de bares que ficaram surpresos com a aceitação do público. “Investimos em decoração e atrações musicais para conquistar nossa clientela. Até pensamos em fazer divulgação em folders, mas não foi necessário. Os clientes chegaram porque viram que tínhamos aqui um espaço bonito, agradável e perto de casa que oferecia boa comida, cerveja gelada e música de qualidade.”
Fábio Costa, dono da Choperia Dom Rabuja, apostou em diversificação: “Passamos por uma grande reforma há pouco mais de um mês e abrimos, além da choperia, a pizzaria. Hoje recebo clientes daqui de perto que procuram um lugar famíliar para freqüentar.” Segundo Fábio, isso tem aumentado o movimento.
Os bares mais simples também perceberam uma maior procura de pessoas que moram nas redondezas. Francisco Donato, conhecido como Chicola, viu o movimento de seu bar cair um pouco nos primeiros meses da Lei Seca, mas logo depois percebeu um aumento de clientes de condomínios próximos ao bar: “Perdi alguns fregueses de Taguatinga e do Guará por causa da Lei Seca. Eles têm medo de passar pela EPTG e serem parados na Blitz, mas, em compensação, ganhei alguns clientes de condomínios perto daqui. No final das contas o movimento ficou o mesmo”.
Severino Ramos, proprietário de um bar que fica junto a um lava-jato, também não viu diferença nenhuma depois da Lei Seca. “Perdi alguns clientes, mas ganhei outros que preferem beber perto de casa. A Lei Seca não atingiu o meu negócio. O movimento não mudou nada.”
Não existem números oficiais sobre o aumento da quantidade de bares na região do Vicente Pires. A Associação de Moradores do Vicente Pires – Arvips - foi procurada e alega que esses dados não existem porque a região ainda está em processo de regularização, mas os moradores notam a diferença entre o Vicente Pires de ontem e o de hoje. Robson Siqueira, estudante, afirma que diariamente surgem opções para todos os gostos: “Não preciso mais ir ao Plano ou à Taguatinga para ouvir uma boa música. Fico aqui por perto mesmo. É mais tranquilo.”
Para os freqüentadores dos bares, degustar uma cerveja perto de casa evita aborrecimentos. A bancária Carina Paduan já frequentava os bares do Vicente Pires antes da Lei Seca e vê com bons olhos a diversificação da oferta de lugares para ir perto de onde mora: “Aqui eu venho sossegada. Além de curtir uma boa música e encontrar os amigos, estou perto de casa e bebendo sem ter que me preocupar em como vou voltar”. Ela só reclama que o preço aumentou, porém não se importa: “prefiro pagar um pouco mais caro que antes e não ter problemas com a Lei”.
Se antes faltavam opções de bares bonitos e bem freqüentados na região, agora se vê brotar do dia para a noite opções boas para levar a família e paquerar. A clientela agradece, os donos dos bares também, e, no final, todos saem ganhando com menos pessoas dirigindo após beber. O slogan ainda vale, mas poderia muito bem ser adaptado, ao invés de “se beber, não dirija”, poderia ser “se beber, deixe o carro em casa e beba por perto”. Afinal, beber e não dirigir não é só uma questão de respeito à Lei, mas de respeito à vida.

Por Marise Aragão


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