terça-feira, 30 de junho de 2009

A morte de Michael Jackson serviu de alivio para muitos

A morte do cantor Michael Jackson serviu de alivio para muitos políticos que estão com a corda no pescoço no Senado Federal. Pois, nos último dias os notíciarios do Brasil e do mundo voltaram-se para a morte do maior ídolo pop de todos os tempos.
O presidente do Senado José Sarney, deve estar ensaiando passinhos de dança ao estilo Michael Jackson, para comemorar a folga que a mídia esta lhe oferecendo devido a morte do pop star. O apoio público do presidente Lula para que continue na presidencia do Senado é bastante comemorado dentro do PMDB, mas é duramente criticado pelas outras legendas partidárias.
Faltando pouco mais de um ano para as eleições, o apoio do presidente Lula, mostra que a dobradinha PT/PMDB, está cada vez mais forte para a próximo campanha eleitoral.
Sivanilto Cruz
Brasília

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Universitários trabalham na informalidade para pagar estudos

Alunos se viram de várias maneiras na hora de conseguir dinheiro para financiar seus estudos. Vendem bombons, salgados, roupas, bijuterias e outros produtos
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Tentando driblar a falta de dinheiro para pagar a mensalidade da faculdade, vários alunos estão entrando no mercado informal buscando garantir seus estudos. Apesar de ser um comércio não autorizado pelas instituições, esses estudantes usam diversos artifícios para complementarem sua renda, com esforço e muita criatividade.
Salgados, bombons, roupas, bijuterias, bolsas, tudo pode ser encontrado nas salas de aula, nos corredores e nas portas das faculdades. Essas são algumas artimanhas que os estudantes encontraram para resolver seus problemas financeiros e ajudar nas despesas com mensalidades, transporte e alimentação.
A estudante do 3º semestre de Engenharia da UNIP, Ana Cristina, é um exemplo desse comércio informal. Ana trabalha como funcionária terceirizada no Ministério da Educação e vende bijuterias aos colegas de faculdade. Ela confessa que foi uma idéia que deu certo. Atualmente, consegue arcar com as despesas de mensalidade, transporte e ainda sobra algum dinheirinho para seus gastos pessoais.
Porém, ao seguir o caminho da informalidade, esses estudantes encontram vários obstáculos. É preciso driblar a vigilância das faculdades, a reprovação de alguns professores e o mais difícil: às vezes deixam de prestar atenção às aulas porque estão “negociando” algum produto com o colega ao lado.
Ao contatar algumas faculdades sobre o tema, todas foram unânimes ao informar que é ilegal qualquer comércio que não seja o autorizado em suas dependências. Cada uma tem o seu regimento interno que proíbe essa prática para que não atrapalhe o comércio que já existe dentro da faculdade e é legalizado, como os restaurantes e lanchonetes.
Tatiana Rodrigues, responsável pelo Núcleo de Informações do UNICEUB, informou que é proibida a venda de qualquer produto pelos alunos. Ela diz que o Regimento Interno daquela instituição contém cláusula informando que se o aluno for flagrado realizando transações comerciais dentro de suas dependências está passivo de punições.
Patrícia Martins, servidora da Chefia de Campus da UNIP, disse que é expressamente proibida a venda de qualquer produto nas dependências da Universidade. A instituição só permite a divulgação de algum produto e/ou evento com autorização prévia por escrito.
Os alunos que necessitam realizar esses trabalhos e são proibidos, não devem ficar desesperados. A maioria das faculdades e/ou universidades particulares possui mecanismos de ajuda aos alunos com dificuldades financeiras. O Governo Federal oferece bolsas parciais e integrais a jovens carentes através do ProUni (Programa Universitário Para Todos) e existem outros meios de descontos dentro das próprias instituições.

Por Maíza Ribeiro

Fotografia na Era Digital

Nos últimos anos a técnica se transformou e hoje pode ser encontra até em telefones celulares ____________________________________________________

As inovações tecnológicas não param de crescer, a todo momento surgem novidades que agilizam e dão mais praticidade às tarefas do dia-a-dia.Uma das grandes revoluções da atualidade é a invenção da fotografia digital, hoje em dia é possível tirar fotos de aparelhos celulares, MP5 e de máquinas modernas com múltiplas funções. Todas essas mudanças afetaram e continuam a influenciar na atuação dos profissionais da área.
O fotojornalista Adriano Machado, 32 anos, correspondente da Bloomberg News em Brasília, diz que o sistema digital é a principal mudança que ocorreu na área. Segundo ele, essa mudança auxilia na execução do trabalho. “O mundo está mais dinâmico com a internet, hoje é mais fácil fotografar”. Para ele, que é fotógrafo há 13 anos, a agilidade tem grande importância no cotidiano. Opinião compartilhada pelo fotógrafo publicitário Kazuo Okubo, que afirma: “agora com a evolução digital as pessoas têm acesso a todo tipo de informação, e de forma mais rápida”.
Antes o fotógrafo tinha todo cuidado com o quê e como fotografaria devido aos altos custos com filmes, revelação e ampliação. Kazuo – que é fotógrafo há 34 anos – fala da época dos filmes, onde havia ansiedade e expectativa na revelação fotográfica, o que foi perdido, pois agora o resultado já é visto na hora. Assim, muitos se acham fotógrafos, já que existem várias facilidades, como as ferramentas de edição, onde os possíveis erros dos fotógrafos podem ser corrigidos.
Como se vê, as mudanças trouxeram à tona as discussões sobre a profissionalização do fotógrafo. Adriano Machado acredita que houve uma banalização da profissão com o advento da fotografia digital. “Os trabalhos estão ficando muito iguais, os fotógrafos não têm mais estilo” comenta Kazuo. Já para o fotojornalista José Varella, 51 anos e 32 na profissão, atualmente todas as pessoas fotografam, mas a diferença é que o profissional tem uma questão de postura, compromisso, atitude e respeito com a sociedade. “O fotógrafo deve ajudar as pessoas para que elas possam tomar conhecimento dos fatos”.
Kazuo afirma que “a sociedade ainda passa por um processo de transição na fotografia e não há como saber o que ainda está por vir”. Seja qual for o equipamento o que importa é a percepção do momento e a capacidade do profissional de separar o que é relevante do que não é, afirma Varella.

Por Trícia Ribeiro

Câmara dos Deputados aprova projeto de lei que proíbe o trote estudantil

As recentes brutalidades ocorridas envolvendo alunos que sofreram agressões físicas antecipou a aprovação do Projeto que ainda aguarda votação no Senado Federal
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No dia 27 de fevereiro foi aprovada pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1.023/95 que proíbe a realização de trotes violentos ou vergonhosos. O texto, resultante de uma emenda dos deputados Flávio Dino (PC do B-MA) e Carlos Sampaio (PSDB-SP), proíbe constranger os calouros, expô-los de forma vexatória, ofender sua integridade física, moral ou psicológica, ou obrigá-los a doar bens ou dinheiro.
O texto também determina que a faculdade abra processo disciplinar contra os estudantes responsáveis por esses atos, porém não estão previstas sanções para as que não cumprirem tal providência, o que é criticado por alguns parlamentares. De qualquer forma, o projeto estabelece sanções progressivas para os alunos praticantes de trote violento, que vão de multas (de R$ 1 mil a R$ 20 mil), suspensão (de um a seis meses) e até a expulsão.
Praticado em diversas instituições de ensino, principalmente nas Universidades Federais, o trote é uma tradição brasileira, similar a de Portugal, que acontecem no início do semestre letivo, aonde os recém chegados passam por um conjunto de situações que podem ser leves com brincadeiras, ou graves com agressões e humilhações.
Na opinião do Professor da Universidade Norte do Paraná –UNOPAR, João Antônio Araújo Cruz, a prática do trote quando feita de maneira exclusivamente comemorativa, sem que ocorram conseqüências, não há problema, porém quando feita de forma indevida, deverá contar com punição aos responsáveis. “Essa medida é de grande importância, pois vem com o objetivo de frear os abusos que surgiram ao longo dos anos, de estudantes que desrespeitam a integridade física e psicológica de outro, apenas para se divertirem”, conclui.
Para o estudante Jadyson Caiado, que já sofreu o trote estudantil ao iniciar o curso de Jornalismo na Universidade de Brasília- UnB, o Projeto de Lei deverá entrar em vigor o mais rápido possível. “Apesar de ter sofrido um trote leve conheço vários colegas de outros cursos que já sofreram trotes violentos e essa prática continua sendo bastante tradicional aqui na Universidade”
Essa prática não ocorre apenas em Universidades federais. A estudante de Nutrição do Uniceub, Tatiane Teixeira também sofreu o trote estudantil. “Fui pintada, me jogaram farinha, depois tivemos que sair desfilando numa fila ‘elefantinho’ até o campo da faculdade onde houve mais brincadeiras”, de acordo com o Advogado, Alexandre Monteiro, esse Projeto de Lei tem grandes possibilidades de entrar em vigor, o que só ocorrerá após a aprovação do Senado, para onde foi encaminhado em regime de urgência, mas que ainda não tem previsão para ser votado. “Ele será novamente discutido e votado, se não for aprovado, pode retornar à Câmara (para alterações e mudanças) ou em caso de aprovação seguirá para sanção do Presidente da República, onde poderá ser promulgado ou retornada ao Congresso para mais providências”, esclarece.
Algumas Instituições de Ensino com o objetivo de eliminar ou amenizar a prática dos trotes violentos criaram o chamado "trote solidário", onde os calouros participam de atividades assistencialistas, que envolvem a coleta de alimentos não-perecíveis e roupas, doados para creches, asilos e orfanatos, bem como campanhas de doação de sangue para hospitais e centros de saúde.
Por Camilla Pereira

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Trotes Universitários


Violência e humilhação nas Universidades
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Foi aprovado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1023/95 que proíbe os trotes violentos ou vexatórios contra os alunos de ensino superior. De acordo com a Lei, os alunos responsáveis por esses atos podem levar multa de R$ 1mil a R$ 20 mil, suspensão do aluno por um a seis meses e expulsão. Nessa última, o aluno poderá ser impedido de se matricular na mesma instituição de ensino pelo prazo de um ano. A matéria segue para o Senado.
Pelo texto aprovado, fica proibido os trotes que ofendam a integridade física, moral e psicológica ou obrigue os estudantes a doarem bens ou dinheiro, salvo quando destinados a entidades de assistência social. O processo disciplinar seguirá as normas de cada instituição de ensino, assegurados o contraditório e a ampla defesa. No caso da multa, o dinheiro será usado na compra de livros para a biblioteca da Instituição.
O que deveria ser uma comemoração está se transformando em casos de violência e constrangimento. Diante disso, um dos autores da emenda substitutiva ao Projeto de Lei, o deputado federal Flávio Dino (PCdoB- MA) defende sua aprovação pelo Congresso o mais breve possível e ressalta que não se pode enxergar os fatos dessa gravidade como uma brincadeira juvenil. “Esse tipo de conduta só alimenta a cultura da violência em um ambiente que deveria ajudar a construir soluções para acabar com ela”. Ele argumenta ainda a falta de punição aos responsáveis por esses atos e acaba criando situações absurdas, em que o aluno torturado passa a estudar ao lado do torturador, o que o leva, muitas vezes, a abandonar a instituição pela ameaça e medo de novas agressões. Mas há divergências sobre o projeto. O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) questiona que o problema deve ser resolvido pelo amadurecimento do convívio universitário, e não por meio do rigor da lei. “Além do mais, já existem leis para punir os excessos” argumenta.
Um dos trotes violentos mais marcantes foi o que vitimou Edison Tsung Chi Hsueh, morto em 1999 por afogamento em uma piscina durante um trote brutal na faculdade de medicina da USP. Passaram-se dez anos após a morte do estudante e nenhum acusado foi condenado. Outros dois casos graves aconteceram neste ano. A aluna Priscila Vieira de 18 anos, grávida de três meses, teve queimaduras de 2° grau nas costas e nas pernas provocadas por uma mistura de solvente com gasolina e creolina, quando participava de um trote da Fundação Municipal de Educação e Cultura (Funec) em Santa Fé do Sul, no interior de São Paulo. Para o calouro Bruno Cézar, aprovado em Medicina Veterinária na Faculdade Anhanguera em Leme (SP) a brincadeira foi mais longe. O estudante ficou em coma alcóolico e apanhou de chicote, ficando com marcas e dores por todo o corpo. O Deputado Federal Rodrigo Rollemberg (PSB – DF) ressalta que é importante punir com rigor os agressores de qualquer tipo de violência no trote estudantil. “É importante que se cobre das Universidades responsabilidade em relação a seus alunos, que internamente, elas também punam os que descumprem a legislação e promovem trotes violentos”, comenta.
Apesar de tantas tragédias, os trotes solidários incentivam os bons exemplos. Em Ponta Grossa – PR, o trote social é uma saudável tradição. Há dez anos, os estudantes reformam casas de famílias humildes, recolhem doações para pessoas carentes da comunidade e distribuem alimentos. Em Londrina, os calouros e veteranos organizam palestras e atividades esportivas. Em iniciativa dos próprios alunos da UnB junto com o DCE – Diretório Central dos Estudantes, eles organizam os trotes solidários na Universidade. A idéia este ano é visitar uma escola pública promovendo um dia de lazer, como atividades físicas, brincadeiras com palhaços, plantio de mudas. A intenção é que esses trabalhos não só aconteçam de seis em seis meses, mas que sejam contínuos no resto do ano.
A aluna Vanessa Lula do curso de Nutrição da UnB explica que trotes fazem parte, como jogar ovos, farinha e tinta. O problema é a bebida alcóolica. “Quanto a bebida, é complicado porque ninguém bebe se não quiser beber, mas às vezes o pessoal está animado demais e perde o controle”. Dentre vários casos relatados a aluna avisa: “ O trote deve servir para que o calouro interaja com o veterano e a Universidade, e não para humilhar as pessoas ou machucá-las”, ensina a estudante.


Por Juliana Maraschin

Malabares do asfalto

Os sinais de Brasília foram tomados por bolas, bastões e claves de fogo. O que pouca gente sabe, é que domar os malabares, exige além de talento, profissionalização
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Durante um minuto e dez segundos, Vinícius Resende, 20 anos, apresenta o seu espetáculo. O palco são os sinais do centro da capital federal. Lá, ele manipula suas cinco bolinhas. E seus braços parecem multiplicar-se numa orquestrada sinfonia de movimentos, equilíbrio e observação. Os truques não podem demorar, para dar tempo de passar o chapéu, coisa que o próprio artista faz. As apresentações seguem assim durante quatro horas, sete dias por semana.
Assim como ele, virou cena comum flagrarmos malabaristas nas extensões das asas sul e norte. E tem um motivo, Brasília virou referência para esse grupo. Malabaristas de outros estados vêm trabalhar aqui por se tratar de uma cidade com um alto padrão de vida. Essa região é famosa por reunir maior número de contribuintes.
Vitor Fernandes de 22 anos, malabarista há 10, e morador da asa norte, teve o apoio dos pais. Não sofreu discriminação em casa, mas sofreu na rua. “Fui parado no aeroporto na época do Pan-Americano no Rio, passei pela máquina identificadora de metais, e ela apitou. Uma funcionária me barrou por eu estar carregando na bolsa bolinhas de acrílico para malabares. Me destratou e a todo tempo incitava que estaria armado, tive que chamar a polícia para embarcar” relata.
Vini relata ter sofrido uma discriminação mais perversa. “Já me xingaram de vagabundo e de outras coisas mais.Mas nunca revidei, encaro com todo o respeito que um artista deve ter com o seu público.Essa é a opinião deles.Mas geralmente sou aplaudido de dentro dos carros, ou dão uma buzinada.Uma vez, um carroceiro me deu um real.O reconhecimento é o que realmente conta”conclui.
O que poucas pessoas imaginam é que esses artistas são bem informados, tiveram acesso a escola, cultura e a maior parte deles mora no plano. Muito ao contrário dos rótulos de desocupados e vagabundos que costumam levar. “Somos artistas, assim como um cantor, um ator ou um pintor, e isso, é sim uma profissão” ressalta Vini.
O mercado para os malabaristas é escasso e por isso optam pelos sinais.
Miguel Still, 21, anos é um dos colaboradores do encontro semanal de malabares, que acontece no espaço Renato Russo na 508 sul. Ele começou aos 11 arriscando alguns truques, mas só aos 14 se profissionalizou. Aos 21, começou a depender diretamente do sinal. Sua família o apoiou, mas o abandono dos estudos no 1° ano do ensino médio, não agradou muito.
Still é carioca e faz parte da leva de malabaristas que migraram para o centro- oeste. “Mudei para cá, pois sabia que mesmo sem conseguir trabalhos particulares em festas, eventos ou shows teria como me sustentar com o sinal. Brasília é um dos melhores lugares do país para fazer sinal!” analisa.
Ele ainda conta que as dificuldades da profissão o fizeram pensar em partir para outros ramos, mas em paralelo com a sua arte. Entretanto, a paixão pelos malabares falou mais alto, “por ser complicado conciliar as duas coisas, optei por continuar no sinal. Abandonar minha arte eu nunca pensei!”ressalta.
Still admite que parte do preconceito das pessoas é criada pelos próprios malabaristas, “pois há vários malabaristas que não se valorizam. A falta de profissionalismo de alguns acaba "queimando o filme" de quem leva a sério essa profissão”finaliza.
Motoristas x Malabaristas
Sâmella Santos, 30, anos pára todos os dias no sinal da 313 norte por volta das 19:00 horas e já contribuiu com malabaristas.”Vejo que nosso país ainda é muito atrasado quanto ao incentivo às artes.Acho lindo o que fazem.É uma pena não terem uma estrutura para a arte deles”comenta.
O médico aposentado Agenor Fernandes pensa diferente, “Não vejo isso como arte, ficar fazendo umas firulas na frente do farol, não considero nem como trabalho” diz.
O militar Celso Alves, 53 anos, vê nos jovens uma alternativa que não pedir.” Eu,sinceramente não sabia até pouco tempo atrás que isso era uma profissão.É melhor do que pedir. Eles estão nos dando algo em troca”opina.

Por Nirvana Lima

Pague como puder

O número de inadimplentes não para de crescer neste período de crise. Pensando neles, o Ibedec lançou cartilha com medidas preventivas e orientações destinadas à quitação das dívidas
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Um a cada 10 brasileiros não consegue fechar as contas no fim do mês. E a crise, apesar de aumentar o número de endividados, pode ser a solução de muitos dos 18 milhões de pessoas que perdem o sono com os boletos vencidos que se acumulam no fundo na gaveta. A esperança é dada pelo Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec) que lançou, este ano, a cartilha - Edição Endividados. Foi a própria entidade que calculou o tamanho do exército dos brasileiros quebrados: 10% da população nacional.
A primeira constatação da cartilha do Ibedec é de que não vale a pena se desesperar. De acordo com a publicação, em momentos de crise econômica, como o atual, as chances de obter uma negociação são maiores, já que o dinheiro está escasso e as empresas preferem perder um pouco a deixar de receber. Os consumidores devem aproveitar a facilidade de negociação.
A partir de dados da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-DF), foi identificado que a maioria é dos sem dinheiro está na classe C, consumidores com faixa salarial de até cinco salários mínimos. Além disso, uma pesquisa do órgão mostrou que, em Brasília, houve um aumento de 50% de devedores com idade até 25 anos apesar dos campeões em dívidas terem idade entre 30 e 40 anos.
Segundo a CDL, cresceu também o número de brasilienses que tiveram seu nome inserido no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Em janeiro, eram 4,8% e, no mês passado, subiu para 5,2%. Em fevereiro, 131 mil 937 pessoas tiveram o nome incluído no SPC e 125 mil 416 pessoas foram excluídas do cadastro de inadimplentes.
Andressa Valadão, 24 anos, assistente administrativa, faz parte desse grupo de inadimplentes. O dinheiro que ganha por mês não é o suficiente para quitar as dívidas que acumulou há anos. Andressa ainda ressalta que sabe a importância de ter consciência sobre o controle de gastos, mas afirma que o comércio tem uma parcela de culpa nessa história. "Não consigo deixar de comprar e na hora de pagar é um sufoco, pois não tenho de onde tirar o dinheiro", diz, entre risos. "Acho que todos têm o direito à saúde, educação e diversão, mas o custo de vida em Brasília é muito alto e os devedores se tornam reféns das facilidades de crédito que o comércio oferece", desabafa.
Por dia, o Ibedec recebe mais de 100 reclamações de consumidores que questionam a cobrança pelas empresas. O instituto foi idealizado em junho de 2001 e fundado por um grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento científico das relações de consumo visando contribuir para o aperfeiçoamento dessas relações. Com a catalogação dos últimos seis meses de reclamação a entidade elaborou a cartilha. "O principal foco é a prevenção, além da abordagem sobre como resolver os problemas e tirar dúvidas. Para o instituto, a saída é o país investir na educação financeira, onde o consumidor buscará informações para um consumo consciente", diz José Geraldo Tardin, presidente da organização.
A cartilha foi lançada formalmente no último dia 25 de fevereiro, no Serviço de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon . Com o lançamento, o site do Ibedec chegou a receber 25 mil acessos . O documento está disponível no site: www.ibedec.org.br, na seção consumo/Cartilhas, já a versão impressa é distribuída gratuitamente na sede do instituto.
A secretária executiva Joana Cabral, 25 anos, sabe muito bem o que é ter dívidas; criou sozinha duas filhas com uma renda mensal de três salários mínimos. Soube da cartilha por meio da reportagem, achou muito válida a orientação de elaboração de contratos e cartas para acordos, principalmente a parte que enumera direitos em relação a serviços e produtos. "Precisamos de uma instituição séria para orientar as pessoas que buscam informações, muitas querem quitar as dívidas, mas não sabem por onde começar, acabam sofrendo abusos por parte do comércio, que coloca dificuldades na hora de negociar e resolver o problema. A cartilha é uma ótima idéia", elogia .
Serviço: IBEDEC, Quadra CLS 414, bl. C loja:27 Asa Sul
Informações.: 3345-2492
"Povo Fala"
Pergunta: Você sabe como negociar suas dívidas?
Erivelton Batista – Apoio Administrativo, 37 anos. Sim, tento negociar à vista para sair mais em conta, negocio do meu jeito mas com a cartilha vou me sentir mais orientado.
Alexandra Mariano – Motorista de transporte escolar, 36 anos. Sim, vou até local onde devo e busco informações da melhor forma para eu pagar tendo menos prejuízo.
Elias Amorim – Bartender , 25 anos, Não. Mas sabendo da existência da cartilha vou usá-la como um guia de bolso.
Por Aída Rodrigues

Os “becos” do Gama dão o que falar

Os policiais militares e bombeiros sofrem com resistência da população na ocupação dos lotes. Cabo da PM faz até churrasco para conquistar a simpatia de vizinhos
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A resistência da população que é contra o fim dos becos, continua sendo o maior problema enfrentado pelos bombeiros e policiais que receberam os lotes no Gama, cidade satélite do Distrito Federal. Esses lotes foram doados pelo governador José Roberto Arruda com aprovação recente na Câmara Legislativa.
Os chamados “becos”, que são os lotes localizados em áreas intersticiais (espaço que separa duas casas contíguas). Distribuídos através de sorteio aos militares seguindo a ordem de pontuação no Sistema de Informação habitacional (Sihab).
Os bombeiros e policiais militares agora precisam conquistar a amizade dos novos vizinhos que não receberam bem a notícia de ter a sua “esquina” fechada e querem entrar na Justiça para impedir as edificações. Os moradores se queixam por não terem sido consultados ou ao menos informados de tal mudança.
Como o caso do seu Manoel Pereira Barros, 63 anos, aposentado, tem um lote a ser doado ao lado da sua casa que fica na quadra 04 do setor Leste do Gama. O aposentado não concorda em fechar o beco, alega que sua casa perde valor, “Quando a comprei era uma casa de esquina e é assim que eu quero que continue sendo” aclamou. Ele declarou que vai até a última instância para impedir a ocupação.
Roseli Pinheiro, professora, moradora da quadra 04 do Setor Leste do Gama vizinha de um lote a ser doado, também não concorda, porque há inquilinos no fundo do lote com saída pela lateral da casa. Diz ainda que tem autorização (concessão) para utilizar os três metros quadrados da lateral do lote que se encontra cercado.
Um cabo da PM, que preferiu não ser identificado, revela que preparou um churrasco especialmente para os mais novos vizinhos no intuito de atrair a sua simpatia. Mas a finalidade ainda não foi alcançada. Os convidados simplesmente não apareceram, e continuam descontentes com a situação.
O secretário de Habitação do DF, Paulo Roriz fez críticas aos moradores que resistem à ocupação desses lotes. Ele afirma que a ocupação dos lotes vai aumentar a segurança da comunidade, já que em muitos casos esses espaços ficam ociosos e são usados como ponto de encontro de grupos de gangues ou depósito de entulhos e lixo.
E há também quem concorde, Ana Maria Alves Vasconcelos, 38 anos, comerciante, diz ficar muito tranqüila em ter um vizinho bombeiro, e não terá mais problemas com os entulhos jogados no muro da sua casa. “É uma dor de cabeça a menos”.

Por Marlene Alves de Souza

Um Quiosque diferente


Além de vender LPs, CDs e livros variados, o quiosque é um pólo de encontro cultural
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Quem anda pelo CONIC pode a qualquer momento topar com prateleiras expostas ao ar livre. Elas estão cheias de livros, dos mais variados assuntos. É possível encontrar dos mais antigos, aqueles que pensamos que nem existem mais, aos novos, que estão nas listas dos mais vendidos. Mas, não são apenas livros. LPs, CDs, VHS, gibis, também preenchem o espaço, batizado pelo dono, Ivan Presença, de Quiosque Cultural.
Há aproximadamente uma década, o quiosque transmite cultura para quem conhece, se envolve e aproveita da iniciativa. Ivan Presença, como consultor cultural, não pensou no quiosque como um simples sebo, um lugar que vende livros usados. Foi além. “Achei que seria interessante criar um pólo de encontros culturais com autores poetas no CONIC. Aqui vêm ministros, intelectuais, parlamentares, professores, faxineiros, funcionários públicos e funcionários privados”, conta Ivan.
Ivan, que trabalha com livros desde os 12 anos de idade, é a favor da leitura e explica a filosofia de um sebo. “Tenho como ponto de partida a democratização da leitura. É mais barato, mais em conta, o livro usado. A posição do sebo é democratizar o acesso ao livro em função da renda de cada pessoa”, destaca Ivan. Portanto os preços são baixos. Alguns dos materiais vendidos no Quiosque Cultural são doados, e outros, Ivan, compra ou troca.
Outra peculiaridade do sebo é encontrar livros, dentre outros objetos, que por serem antigos são raridade. A jovem, Débora Mynssen, que passava no local pela primeira vez, conta que ali acabara de achar um livro que procurou em vários lugares e até então não tinha encontrado.
Além disso, Débora, fala que a humildade do sebo é aconchegante. Ela destaca a diferença que é estar em uma livraria de shopping e estar ali. “Quando você entra em um sebo, parece que você está mais aberto à paixão pelo livro do que a comprar porquê alguém te induziu. Você não vai olhar o livro porque está na lista dos 10 melhores ou porque está numa prateleira iluminada escrito oferta. Você escolhe pelo livro. Apenas por ele, pelo conteúdo dele. Você paginou, ou então você se apaixonou pelo titulo e você quer saber o que o livro está querendo dizer”. Conclui dizendo que “livraria é um lugar que rotula livros e o sebo é um lugar que você conhece eles”.
Na visão do sociólogo, Rainero Xavier, “sebo é um ‘locus cultural’ que permite às pessoas, aos grupos, enfim, à sociedade, mergulhos e escavações no tempo passado para que possam compreender o presente e projetar o futuro”. Outro ponto importante, destacado por Xavier, é a capacidade de transformação de uma sociedade por meio da leitura e, o sebo, segundo ele, é utilizado também para isso. “Serve como fonte permanente de aperfeiçoamento dos valores humanos e, assim sendo, como uma bela contribuição à reconstrução de novos padrões culturais a favor de uma nova civilização”, detalha o sociólogo.
É sobre essa transformação que Ivan Presença comenta. “Esse papel que eu faço aqui muda muito as pessoas que não conhecem o que é livro, que não sabem o que é livro. Encosta, vê se tem um livro de um real, dois reais. Leva, vai lendo por aí e depois volta...‘oh gostei do livro que você me indicou tem outro?’. Aí vai fazendo individualmente o seu papel”. Assim, tem funcionado o Quiosque Cultural, do Ivan Presença, que convida a todos para a poesia de segunda. O evento acontece na segunda segunda-feira de cada mês.


Por Déborah Siqueira

A arte e o vandalismo


Grafiteiros querem desvincular sua imagem à dos Pichadores que desafiam as autoridades
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Os grafiteiros, que, por muito tempo, foram considerados vândalos pela sociedade, estão tentando desvincular a imagem do grafite à da pichação. Eles estão fazendo isso de uma forma simples: demonstrar à sociedade o grafite como ele realmente é, ou seja, uma arte. “Isto está sendo feito através de eventos culturais, exposições e trabalhos ao ar livre em lugares de fácil visualização para que todos possam apreciar a arte sem custo algum”, explica a grafiteira Anny Sousa.
Segundo ela, os grafiteiros vêm apresentando seus trabalhos em lugares públicos. “Assim, passamos a inseri-los no dia a dia das pessoas e fazemos com que a sociedade tenha uma fácil compreensão sobre a diferença entre grafite e pichação”, acrescenta a grafiteira.
A grafitagem é uma arte oriunda das pinturas rupestres. Praticada no Brasil desde a década de 80, está relacionada ao movimento Hip Hop, que nasceu na periferia de Nova Iorque, nos anos 60. Apesar de ser confundida com pichação, a grafitagem, muitas vezes, tem o objetivo de combater a pichação. “O grafite, geralmente é praticado em lugares que seriam alvos fáceis de pichadores e com a autorização dos donos de estabelecimentos e das autoridades”, afirma a artista plástica Neila Ribeiro. Segundo ela, pelo código de honra firmado entre os grupos, não se faz pichação em locais onde existam as grafitagens. “Isso inibe a ação dos pichadores”, completa.
A pichação é, muitas vezes, confundida com a grafitagem pela sociedade.Embora parecidos devido à grande dificuldade de identificar o que está escrito ou desenhado nos muros, há uma grande diferença entre ambas.
Considerada um ato de vandalismo, a pichação é realizada sem autorização dos proprietários dos imóveis e tem como objetivo escrever o nome do autor ou gangue, por meio de letras ou de sinais muitas vezes indecifráveis, em muros ou prédios. “Quanto mais arriscado, maior o ibope”, descreveu o pichador Daniel, de 25 anos, que assina o nome de Reprise.
A mais recente arma contra a ação dos pichadores é a lei nº9.605/98 dos crimes ambientais, que estabelece punição de três meses a um ano de cadeia, além de pagamento de multa. Até mesmo o grafite que for feito em muros de propriedade particular ou pública sem a devida autorização poderá ser enquadrado no referido artigo e sofrer as mesmas penalidades. “Não é por ser considerada uma arte que a grafitagem tem o direito de ser feita em qualquer lugar e a qualquer momento”, explica Neila.
Os pichadores agem, normalmente, na madrugada, pois quase todo o comércio está fechado e a movimentação de pessoas é menor nas grandes avenidas. Com o fraco movimento nessas vias, fica fácil escolher os melhores lugares e até mesmo a maneira de entrar em determinado prédio para pichar.
Daniel afirma que, em 11 anos como pichador, já subiu em mais de 500 prédios de São Paulo (SP), alguns com mais de 10 andares. Nunca foi preso. “No máximo voltei para casa com algumas marcas no corpo, devido à surra aplicada por policiais, e com o corpo todo cheio de tinta”, relata.
Neste período, já perdeu vários amigos envolvidos em guerras de gangues de pichadores ou em acidentes no exercício da pichação. Questionado se não pensa em largar esta vida, ele afirma não parar tão cedo, pois “adoro a adrenalina que sinto quando estou pichando”.
A psicóloga Corina Sales comenta que o comportamento de alguns destes jovens se deve a algum tipo de privação que possam ter sofrido ainda quando criança. “Essa privação pode ter criado alguma barreira no comportamento do jovem, que, ao cometer este tipo de vandalismo, visto por ele como nada mais que uma diversão, passa a considerar tal ato como uma forma de resgatar o que lhe foi privado”, analisa a psicóloga.
Muitos usam a pichação não só como forma de “diversão”, mas, também, para chamar a atenção das autoridades. E mesmo correndo o risco de serem presos ou até mesmo de perderem a vida. Os pichadores entrevistados afirmam que não vão parar.

Por Sivanilto Cruz

Crack nas instituições de ensino

Dois traficantes foram presos recentemente no DF e Policias viciados do Bope são acusados de participação no tráfico
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O batalhão de operações especiais (BOPE) na manhã de terça-feira 17 março prendeu dois jovens acusados de tráfico de drogas, que forneciam crack a instituições de ensino em Brasília. A droga estava sendo entregue no colégio da quadra dois no Paranoá- cidade satélite de Brasília. A polícia suspeita que os jovens fornecem a droga a motoboys que distribuem por encomenda no Plano Piloto e cidades satélites.
Informações obtidas no Bope mostram que os traficantes presos são moradores da quadra 03 fazendinha (Itapoã) e dividiam um quarto na casa de Antônio Neto. Lá eles dividiam todas as porções e separavam as entregas por setor. O Plano Piloto recebia uma maior atenção dos traficantes. A droga era passada a cidades satélites posteriormente. O número de viciados em crack cresceu muito nos últimos anos,a faixa etária dos viciados é de 12 a 33 anos. Os viciados querem uma porção atrás da outra porque os efeitos duram menos tempo que as outras drogas.
O Distrito Federal tem oito pontos de concentração de tráfico e consumo da droga feita a partir da pasta base da cocaína. O principal ponto de venda do crack está na quadra cinco do Setor Comercial Sul. Jovens como Leandro de Souza Alves 18 anos e Bruno Castro Neves 21 passavam as porções a R$10,00. Segundo o policial do Bope Gilberto Figueiredo os jovens confessaram a venda em diversos pontos de Brasília, principalmente em escolas e universidades “Os dois vendiam crack aos viciados e ameaçavam aqueles que tinham dívidas,”conta o militar.
Os dois traficantes estão presos na Papuda aguardando julgamento e podem pegar de 12 a 20 anos de prisão.A polícia investiga a participação de policiais no tráfico,são acusados de consumir as drogas apreendidas, facilitar o acesso dos traficantes junto às instituições de ensino e tortura.
De acordo com um policial militar que pediu para não ser identificado por motivos óbvios, policias fazem parte do tráfico facilitando o acesso dos jovens às instituições. Quando apreendem alguma porção de crack algumas vezes não apresentam á polícia “Já participei de operações escolares em que meus colegas de trabalho usavam drogas durante a ronda. Os policiais abordam menores viciados e levam para o matagal que fica ao lado do Paranoá, tomam as drogas e depois os liberaram”. O policiamento ostensivo, rígido que faz parte da constituição da policia militar por alguns foi deixado de lado, relata o policial que precisa permanecer incógnito.
A diretora do colégio dois do Paranoá, Sandra Gomes Conceição, prestou informações ao delegado de policia da 10º DP. Sandra comentou a facilidade com que o tráfico de crack cresce no colégio. “Eu já fiz várias chamadas junto a polícia, por causa de alunos que usavam drogas dentro do colégio e a polícia nunca acha nada.” Dentro e fora das instituições de ensino se consegue todo tipo de droga, as mais comuns são maconha e cocaína .O crack vem ganhando força pelo forte efeito.A droga causa uma dependência absurda.O viciado se sente em outra atmosfera, vê vultos, fica com sistema nervoso alterado, as alucinações criam situações de luta, o viciado dá socos e murros no ar.
Jovens entram para o mundo das drogas cada vez mais cedo e a impunidade facilita o ciclo vicioso.
Por Douglas de Andrade Almeida

Mulheres se envolvem menos em acidentes de trânsito

Sexo feminino lidera segurança ao volante e os riscos de acidentes são bem menores
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Pesquisa realizada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), mostra que dos acidentes registrados nos últimos três anos no país, apenas 11% deles envolviam mulheres. De acordo com o levantamento, dos 1,5 milhão de acidentes ocorridos entre os anos de 2004 a 2007 com vítimas, 71% deles eram homens e 18% não foi possível saber a identificação dos sexos, pois, muitos motoristas fogem, após uma colisão ou atropelamento. Até dezembro de 2008, o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação (Renach) havia registrado 45,1 milhões de motoristas, sendo que 33% desse total são mulheres.
Os tabus contra o preconceito continuam sendo quebrados. As condutoras femininas estão adquirindo mais espaço nas estradas e ganhando posições nos empregos que envolvem os meios de transportes. É comum nas ruas, encontrarmos mulheres na direção de caminhões pesados, ônibus e até mesmo nas frotas de táxi. Daniela Garcia mora em Taguatinga é está obtendo o seu registro de habilitação. Para ela, "a conquista das mulheres nos meios de transportes não é somente uma questão de coragem, mas também uma forma de mostrar aos homens que não somente eles são feras nas estradas".
A assessora do Departamento Nacional de Trânsito, Jaqueline Costa, explica o aumento de condutoras femininas ao volante. Segundo ela, "desde dezembro de 2004 houve grande evolução de motoristas do sexo feminino no Brasil, atingindo um percentual de 44% de mulheres habilitadas a dirigirem". Jaqueline diz também que, dados do Denatran mostram aumento de mulheres habilitadas para a carteira de categoria A, necessária para conduzir motos. "Hoje, existem cerca de 50% de motociclistas mulheres, totalizando 2.534.242 de condutoras".
Simone Alves é moradora do Guará e dirige há nove anos. Ela fala que apesar do tempo de habilitada, nunca se envolveu em colisões de trânsito, e para que isso não venha a ocorrer têm muita cautela e paciência, principalmente por estar levando vidas a bordo. Acostumada com o pesado fluxo de carros nas vias, ela diz lisonjeada que o ditado popular "mulher no volante perigo constante" não se confirma mais no Brasil, e que "as brasileiras agora têm um bom argumento para provar que dirigem bem". E deixa um recado para as mais medrosas, que tudo é questão de tranqüilidade na hora de pisar no acelerador.
Por Carlos Monteiro

Benefício Adquirido

Pacientes que fazem cirurgia de redução de estômago, usam o cartão de identificação em bares e restaurantes para desconto
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Cristiane Salvino Silva, 45 anos, conhecida como tia Cris é apaixonada pela vida. Ela é bonita, batalhadora e alegre. Foi motorista de veículo escolar por 12 anos, e foi conhecida como a segunda mulher em Brasília a receber a licença pra dirigir veículos escolares. Mas nem sempre foi assim, pois se deparou com um problema sério de saúde, e foi aconselhada pelo endocrinologista Roberpaulo Ferreira Filho a fazer a cirurgia de redução do estômago, tecnicamente conhecida como cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica da tia Cris foi realizada há quatro anos. Hoje ela está estabilizada no peso e regrada para hábitos saudáveis. Ela perdeu 36 quilos. A alegria da tia Cris é tamanha com a nova vida que ela faz questão de mostrar a sua conquista para todos e anda com uma carteira de identificação dentro da bolsa.
A ideia da carteira foi do cirurgião Orlando Pereira, o responsável pela operação em tia Cris. Ao todo, ele já realizou 2000 mil cirurgias Bariátricas e entregou a todos os pacientes um cartão de identificação para que os operados possam explicar o procedimento a que foram submetidos.
Com a carteira em mãos, tia Cris descobriu nas reuniões dos bariátricos que alguns restaurantes de rodízio dão descontos ao apresentarem a carteirinha, na clinica eles forneciam uma lista de restaurantes que davam desconto, mas não precisou. Por se considerar uma carioca da gema, falante e descontraída quando vai a um restaurante costuma falar com o gerente, se identifica, mostra a carteira, e se for preciso, também mostra a cicatriz. Justifica que ingere a quantidade de comida como uma criança, e se duvidar, menos. "A questão não é somente financeira, pois não acho justo comer pouco e pagar por muito", diz ela.
No restaurante Assados e Grelhados, na 109 Sul, o gerente Mateus Silva já acostumou com as abordagens dos bariátricos:
"achamos justo o desconto, isso não é pagar menos, deveria ser um direito".
Tia Cris só não conseguiu desconto uma única vez, em uma festa com colegas de trabalho na comemoração do final de ano. Já usou diversas vezes a carteira de identificação e hoje, sabe quais os restaurantes que dão descontos em Brasília.
Cristiane pesquisou seis meses sobre o procedimento cirúrgico e como seria a mudança de vida pós-cirúrgica. Foi nesta pesquisa encontrou o Médico Orlando Pereira, brasiliense e um dos precursores de cirurgia do aparelho digestivo, titular e Delegado Regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, redução de estômago. Sentindo-se segura, optou pela cirurgia:
"Fiz porque tenho uma deficiência óssea, com diagnóstico de diabetes e cirrose hepática devida minha obesidade. Dietas não adiantavam mais, sem a cirurgia teria que usar cadeira de rodas e bengala". Ela participa todas as terças-feiras de reuniões para bariátricos no hospital Santa Lúcia ou na Clínica do Médico Orlando Pereira. Quando ela fez a cirurgia eram 600 pacientes participantes, hoje são dois mil. Esses encontros servem como apoio pela grande mudança emocional que passam. A equipe é formada por médicos, psicólogos e nutricionistas.
Em contato com Cléber Sampaio, da assessoria de imprensa do Sindicato de Bares e Restaurantes/SINDOBAR, e Lisandre Werner, presidente da Associação Brasileira de Bares/ABRASEL em Brasília, dizem desconhecer o desconto, e também não sabem da existência da carteira de identificação. Finalizam que as instituições não possuem nenhuma responsabilidade sobre o uso com desconto e que nada foi formalizado.
Cristiane diz que não precisa de interlocutores, murmura como se fosse só para ela: "eu ainda farei um movimento para que esse desconto se torne Lei."
Por Vera Oliveira

O que vem depois da faculdade?


Mestrado, especialização, MBA, doutorado... Entenda os tipos de pós-graduação e por que fazê-los
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Dia de formatura. Todos os graduados estão felizes e aliviados depois de quatro anos de tanta dedicação. Só que agora se perguntam o que será que vem pela frente? Fazer uma pós ou partir para o mercado de trabalho? Quais são, afinal, os tipos e as diferenças entre os cursos de pós-graduação?
Todas as pós, de um modo geral, são cursos de aprimoramento realizados depois da graduação. A diferença está no conteúdo, na duração e, principalmente, nos objetivos de cada tipo. No Brasil, eles são divididos nas categorias lato sensu e stricto sensu.
Na primeira, os cursos são voltados para a atuação profissional, com duração de um ou dois anos. São as especializações, incluindo as de gestão de negócios ou simplesmente MBA (Master in Business Administration). Como esse tipo de curso fornece apenas certificado, e não diploma, é mais indicado para quem quer se aprofundar na área em que trabalha ou pretende trabalhar.
Já na segunda categoria, o objetivo é formar pesquisadores e professores universitários, podendo variar quanto à duração. São os mestrados (profissionalizantes ou acadêmicos) e os doutorados. Esses cursos entregam diploma e são coordenados e conceituados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação.
Segundo Pedro Arcanjo, assessor da CAPES, o nível de exigência é alto. São avaliados desde a capacidade técnica dos professores (experiência, dedicação de tempo, orientação, participação em pesquisa) até a infra-estrutura dos laboratórios das universidades. A lista completa dos cursos recomendados está no site http://www.capes.gov.br/cursos-recomendados.
Para Douglas Ramos, coordenador do MBA de Marketing da UPIS em Brasília, “o diploma abre algumas portas, mostra o interesse da pessoa, mas não é o diferencial”. Na decisão por uma vaga, mais que o currículo, o que conta é o conhecimento, a competência e o nível de aprofundamento da pessoa. Por esse motivo, ele acredita que um aluno que entra na pós-graduação com certa experiência profissional acaba aproveitando mais o curso.
Mas, mesmo que a pós não seja uma garantia de sucesso, ela pode ajudar. De acordo com a pesquisa “Você no Mercado de Trabalho”, da Fundação Getúlio Vargas, os profissionais com esse tipo de curso ganham, em média, 42% a mais do que aqueles sem. A pesquisa, divulgada em outubro do ano passado, diz, ainda, que em alguns cursos, em especial da área de Administração, o salário chega até a dobrar.
As vantagens, portanto, são muitas, mas esses cursos exigem esforço e dedicação dos alunos. Roberto Rondon, aluno há um ano do mestrado acadêmico do Instituto de Administração da Universidade de Brasília (UnB), diz que as aulas são puxadas e normalmente são poucos os alunos por sala. “Há muitos trabalhos, apresentações, debates e, principalmente, muita dedicação. Só quem tem perfil deveria fazer pós-graduação. Não adianta ir lá só pelo diploma, tem que batalhar mesmo”.
De acordo com Rozana Naves, professora do Instituto de Letras da UnB, há “casos de estudantes de pós-graduação que não conseguem ainda desenvolver um trabalho de pesquisa com a qualidade desejada”. Por isso, é preciso se preparar com antecedência também para o curso, de preferência desde a graduação. A dica dela é que o aluno participe de projetos de pesquisa da faculdade para já ir definindo suas áreas de interesse.


Por Taís Meireles

Alimentação às pressas

A correria do dia a dia acaba ditando os hábitos alimentares de muita gente
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O nosso cotidiano é cada vez mais corrido e quem tem de trabalhar e estudar é obrigado a dividir o tempo da maneira mais produtiva possível, às vezes esquecendo hábitos essenciais à saúde. Por muitas vezes a alimentação ocupa um tempo que não pode ser desperdiçado, ou esquecem-se de comer no anseio de terminar logo suas tarefas. Para ganhar tempo, ou aproveitar o pouco que lhes é proporcionado, acabam se alimentando de qualquer forma. Da maneira mais rápida e cômoda possível.
Para a estudante Laís Marinho, quando perde a hora e tem de sair apressada entre o trabalho e a aula‘‘acaba comendo besteiras como salgados e biscoitos para poupar tempo. ’’
Segundo a nutricionista Sabrina Alves do Programa Passaporte para a Saúde do SESC, cansaço e fraqueza são alguns sintomas apresentados por quem não se alimenta de maneira correta, podendo provocar desmaios. ‘‘Maus hábitos alimentares podem gerar além de sobrepeso problemas cardíacos por excesso de gordura no sangue, ’’ afirma.
Já para aqueles que se preocupam com a saúde e estão sempre na rua no horário das refeições mais importantes, as grandes redes de fast food oferecem alternativas como saladas e sanduíches naturais.
Para o estudante Bruno Gomes ‘‘os sanduíches servem para enganar o estômago durante certo período de tempo, o que não acontece se comer salada’’. Para a nutricionista, vale lembrar que ‘‘o importante mesmo é o bom senso de cada um’’. As comidas menos saudáveis são sempre mais atrativas. ‘‘Não se trata de dieta, e sim de um saudável cotidiano alimentar orientado por noções básicas de nutrição. ’’
Sabrina assinala que, ‘‘é aconselhável alimentar-se de três em três horas para que aumentando o número de refeições diminua a quantidade de comida ingerida em cada uma. ’’ Dando importância a frutas e sucos como lanches entre as refeições. Ora, mas como assim? Devem pensar os comilões de plantão. Daí, a importância de esclarecer que tipo de alimentação é essa que deve ser feita.
A nutricionista orienta que o café da manhã é a refeição inicial e mais importante do dia, devem ser ingeridos alimentos ricos em fibras como frutas e pães integrais. No meio da manhã é aconselhável um lanchinho que pode ser uma fruta. No almoço uma porção de carboidrato (arroz, batata doce, inhame ou uma massa) uma porção de reguladores (o popular feijão) ou uma salada com bastante variedade de cores, e os lipídios ou óleos essenciais que estão presentes nas carnes e no azeite.
Sabrina ainda aconselha que ‘‘devemos optar por proteínas leves como peito de frango ou peixe’’. À tarde novamente um lanche que pode ser uma fruta ou um suco. Para a nutricionista o jantar é uma refeição que pode ser ‘‘pulada’’no dia. A ceia é para pessoas que comem muito, ou que tem necessidade de se alimentar um pouco mais.
Para a nutricionista, os parâmetros que determinam a alimentação são específicos para cada individuo, e devem ser seguidos com equilíbrio e moderação. Sempre se preocupando com detalhes como a ingestão de líquidos durante o dia, que dependendo do peso da pessoa, deve ingerir no mínimo dois litros de água. Refrigerantes devem ser evitados. Não esquecendo a mastigação que tem grande relevância, pois é onde começa a digestão dos alimentos.
‘‘O que deve ser considerado e seguido à risca é que a alimentação deve obedecer a padrões estabelecidos pelo nosso próprio corpo e suas necessidades ao longo do dia’’ conclui Sabrina.

Por Tiago Moreno

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Aonde estão os alunos do Plano Piloto?

Escolas que oferecem Educação Infantil para crianças de quatro e cinco anos fecham turma por falta de alunos.

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A educação pública de Ensino Infantil do Plano Piloto esse ano teve um fato curioso. Escolas de Jardim de Infância na Asa Sul quase fecharam as portas por falta de alunos. Segundo a Diretora da Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro, Leila Pavanelli, “a população do Plano envelheceu consideravelmente”. A Secretaria de Ensino do Distrito Federal convocou uma 2° chamada do Telematricula, através do numero 156, para preencher essas vagas excedentes.
O Telematricula foi criado à onze anos durante o governo de Cristóvão Buarque para democratizar a distribuição de vagas na rede publica e evitar as grandes filas existentes nas portas das escolas. O 156 veio para incluir crianças novas na rede publica, e a distribuição é feita através do endereço residencial ou endereço do trabalho dos pais. "De forma geral conseguimos atender de forma razoável a população que procurou o 156 e esse ano já atendemos em torno de 520 mil alunos”, segundo a Diretora.
Leila também explicou que 78% dos alunos do ensino infantil são filhos de pais moradores das satélites e que o restante do percentual é dividido entre filhos e netos dos moradores do Plano Piloto. E com a 2° chamada do Telematricula, a Regional conseguiu fechar dez novas turmas, com uma média de 20 a 25 alunos por turma, que foram distribuídas nas escolas com déficit de alunos evitando o fechamento das mesmas.
Um outro motivo foi a criação do novo projeto de implantação do Bloco Inicial de Alfabetização, previsto desde 2005 a ser implantado em 2010 em toda rede de ensino publico, onde o ensino infantil com o ensino fundamental deixa de ser de oito anos e passa a ser de nove anos,com o objetivo principal de alfabetizar crianças antes de completar oito anos. Com isso houve uma diminuição considerável de alunos nos Jardins de Infância que passaram a atender só crianças de quatro e cinco anos, e encaminharam as turmas de 6 anos às Escolas Classes.
Segundo a Diretora do Jardim de Infância da 302 norte, Sheila Laytynher, “Muitos pais reclamaram da dificuldade de falar no 156”, e a grande duvida era do porque não poderiam fazer as matrículas na própria escola. A Regional de Ensino irá abrir novamente a Telematricula para conseguir fechar novas turmas, e que a escolas não estão autorizadas a fazer matriculas fora do prazo.
A Secretária do Jardim de Infância da 302 norte, Cleane Sousa Pereira, declarou que muitos pais chegavam na escola “com informações erradas” e não teriam como esclarecer os questionamentos dos pais pois também não tiveram nenhuma orientação da Regional para resolver esse problema. A resolução tomada pela escola foi de encaminharem os pais para a Regional colocarem suas dificuldades e tirar suas dúvidas.
A Secretaria de Educação disponibiliza de um Site para mais informações e esclarecimentos no endereço http://www.se.df.gov.br/ .
Por Ana Carolina Fernandes

TV Comunitária: A rebeldia no cabo

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A busca de novas linguagens e tecnologias para os meios de comunicação, especialmente na telinha da TV, vem recebendo um forte aliado em Brasília. Trata-se da TV Comunitária de Brasília - canal 8 na NET e na web: http://www.tvcomunitariadf.com.br/, e que tem ajudado muito aos estudantes de jornalismo abrindo suas portas para a criação e apresentação de programas que fogem ao padrão das TVs comerciais.
É o que explica o jornalista Paulo Miranda que está à frente das atividades do projeto desde 13 de agosto de 1997, veiculando vídeos e documentários de instituições sociais, estudantis, culturais; programas e documentários de produtores independentes; programas próprios editados sobre o sindicalismo e eventos artísticos, especialmente shows musicais.
Além disso, nas tardes das sextas-feiras, a emissora oferece o chamado acesso público, com transmissões ao vivo para quem quer fazer-se vê na TV com temas variados, entre os quais, latinidade, lançamento de livro, agroenergia, reforma agrária, divisão de riqueza, conferência nacional de comunicação e análise crítica da mídia.
TV a cabo
“É uma programação comunitária de qualidade, mas restrita ao cabo, para quem pode pagar assinatura de tv a cabo”, explica Paulo Miranda. E continua informado que o canal é assistido por mais de cem mil telespectadores no DF e mais um tanto pessoas pelas cidades vizinhas aonde o sinal consegue chegar.
Enaltece que o canal de TV é fruto da luta pela democratização da comunicação. É também consequência de canais possibilitados pelas novas tecnologias, no caso a fibra ótica. Por esse meio físico estruturado no país, a partir da lei 8.977, de 6 de janeiro de 1995, foram garantidos canais para o Senado, a Câmara, o Judiciário, as assembléias legislativas, as universidades e para as organizações da sociedade, que se expressam hoje pelas TVs Comunitárias.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF, Romário Schettino, afirmou que a TV Comunitária de Brasília na TV a cabo, foi uma conquista da sociedade brasileira. ”O Sindicato ajudou nessa formulação legal e nos orgulhamos disso. Houve gente que não entendeu à importância desse canal, ainda que na TV paga”. Reforçou que o próximo passo do Sindicato será o de torná-la aberta via TV digital e que estão trabalhando numa nova legislação.
Programação Alternativa
Outro ponto alto e que muito orgulha ao fundador da TV Comunitária, Paulo Miranda, é a programação, pois é considerada por ele uma salada social, uma mistura de questões locais com as nacionais, por meio da Legião Brasileira da Boa Vontade, LBV, da TV Paraná Educativa e com as internacionais a partir da Telesur, um canal multiestatal que noticia as Américas, com sucursal em Brasília, e aporte financeiro da Venezuela, Cuba, Uruguai, Argentina, Bolívia e Equador e apoio da TV Brasil.
Para a professora e bailarina Christiane Lapa, assídua telespectadora, ao mesmo tempo que agradece por não “estar assistindo a mesmice e a chatice de programas enlatados feitos para vender de tudo e alienar”, teve a grata surpresa de ter assistido um dos espetáculos da sua companhia de dança, Alaya. “É muito bom e importante para a dança do DF ter canais de TV que valorizem os artistas locais, dando transparência e divulgação”.
Ressalta que são muito bons os programas latino-americanos e vários brasileiros, principalmente os de arte, jornalismo e programas com artistas de qualidade e que a grande mídia parece desconhecê-los. Também faz menção a projeção de espetáculos sobre o folclore brasileiro.
Fundo Nacional de Apoio às Rádios e TVs Comunitárias
Romário Schettino disse que é necessário a criação de um Fundo Nacional de Apoio às Rádios e TVs Comunitárias para garantir a sustentabilidade desses veículos sem que tenham necessidades de recorrer aos anúncios publicitários. Ele esclarece que o Fundo vai servir para capacitar os comunicadores comunitários tecnicamente e reequipar as emissoras com transmissores mais modernos, computadores, e, finalmente, permitir que todos possam entrar na era digital.
Disse no final da entrevista que só haverá democracia no Brasil quando houver democratização dos meios de comunicação. “Comunicação é um direito de todo cidadão, não apenas de alguns proprietários ricos e elitizados."
Paulo Miranda, por sua vez, fez questão de enaltecer exemplificando que a luta por uma política de mídia comunitária para o Brasil, poderá ter como parâmetro os modelos dos Estados Unidos e do Canadá. “Nesses países, os canais comunitários são escolas de mídia comunitária e pólos culturais. Nós queremos o mesmo para nós, com uma produção bidirecional”.

Por Robson Silva

Mesmo com a lei seca, bares de Vicente Pires ganham vida

Bares do Vicente Pires se renovam depois da Lei Seca e conquistam a clientela que, por medo da fiscalização, prefere curtir o happy hour perto de casa e fugir do risco de ser multado
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Bares localizados em Vicente Pires não foram atingidos pela Lei Seca. Pelo contrário, a clientela só tem aumentado. Clientes que até pouco tempo faziam seu happy hour nos bares do Plano Piloto agora preferem beber sua cervejinha perto de casa e evitar problemas com o bafômetro. Para atrair esse público, alguns bares estão investindo no cardápio, na decoração e, principalmente, no atendimento.
Wesley Silva, proprietário da choperia Espaço XXI, inaugurada em dezembro de 2008, é um dos donos de bares que ficaram surpresos com a aceitação do público. “Investimos em decoração e atrações musicais para conquistar nossa clientela. Até pensamos em fazer divulgação em folders, mas não foi necessário. Os clientes chegaram porque viram que tínhamos aqui um espaço bonito, agradável e perto de casa que oferecia boa comida, cerveja gelada e música de qualidade.”
Fábio Costa, dono da Choperia Dom Rabuja, apostou em diversificação: “Passamos por uma grande reforma há pouco mais de um mês e abrimos, além da choperia, a pizzaria. Hoje recebo clientes daqui de perto que procuram um lugar famíliar para freqüentar.” Segundo Fábio, isso tem aumentado o movimento.
Os bares mais simples também perceberam uma maior procura de pessoas que moram nas redondezas. Francisco Donato, conhecido como Chicola, viu o movimento de seu bar cair um pouco nos primeiros meses da Lei Seca, mas logo depois percebeu um aumento de clientes de condomínios próximos ao bar: “Perdi alguns fregueses de Taguatinga e do Guará por causa da Lei Seca. Eles têm medo de passar pela EPTG e serem parados na Blitz, mas, em compensação, ganhei alguns clientes de condomínios perto daqui. No final das contas o movimento ficou o mesmo”.
Severino Ramos, proprietário de um bar que fica junto a um lava-jato, também não viu diferença nenhuma depois da Lei Seca. “Perdi alguns clientes, mas ganhei outros que preferem beber perto de casa. A Lei Seca não atingiu o meu negócio. O movimento não mudou nada.”
Não existem números oficiais sobre o aumento da quantidade de bares na região do Vicente Pires. A Associação de Moradores do Vicente Pires – Arvips - foi procurada e alega que esses dados não existem porque a região ainda está em processo de regularização, mas os moradores notam a diferença entre o Vicente Pires de ontem e o de hoje. Robson Siqueira, estudante, afirma que diariamente surgem opções para todos os gostos: “Não preciso mais ir ao Plano ou à Taguatinga para ouvir uma boa música. Fico aqui por perto mesmo. É mais tranquilo.”
Para os freqüentadores dos bares, degustar uma cerveja perto de casa evita aborrecimentos. A bancária Carina Paduan já frequentava os bares do Vicente Pires antes da Lei Seca e vê com bons olhos a diversificação da oferta de lugares para ir perto de onde mora: “Aqui eu venho sossegada. Além de curtir uma boa música e encontrar os amigos, estou perto de casa e bebendo sem ter que me preocupar em como vou voltar”. Ela só reclama que o preço aumentou, porém não se importa: “prefiro pagar um pouco mais caro que antes e não ter problemas com a Lei”.
Se antes faltavam opções de bares bonitos e bem freqüentados na região, agora se vê brotar do dia para a noite opções boas para levar a família e paquerar. A clientela agradece, os donos dos bares também, e, no final, todos saem ganhando com menos pessoas dirigindo após beber. O slogan ainda vale, mas poderia muito bem ser adaptado, ao invés de “se beber, não dirija”, poderia ser “se beber, deixe o carro em casa e beba por perto”. Afinal, beber e não dirigir não é só uma questão de respeito à Lei, mas de respeito à vida.

Por Marise Aragão

terça-feira, 16 de junho de 2009

Voz e voto

Bancada feminina da Câmara dos Deputados quer mais que a Procuradoria proposta por Temer
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Não é de hoje que a população feminina brasileira representa mais da metade do eleitorado do País. Isso tem trazido de novo à baila, discussões sobre a desproporção entre homens e mulheres no cenário político, principalmente na Câmara dos Deputados onde, dos 513 parlamentares somente 44 são mulheres. O presidente da Casa, deputado Michel Temer (PMDB/SP), já neste início de mandato, anunciou a criação de uma Procuradoria Feminina. Há também a Proposta de Emenda à Constituição - PEC 590/2006, da deputada Luíza Erundina (PSB/SP) que garante, o que a bancada feminina vem chamando de proporcionalidade de gênero, um espaço definitivo para as mulheres nas Mesas da Câmara, do Senado e das Comissões Permanentes dos dois poderes.
O debate alcança ainda a reforma política, que tem sido pautada nas três esferas do poder e na sociedade. A lei de cotas partidárias é uma questão levantada pela bancada feminina, que defende a proporcionalidade de gênero já na base da formação de chapas e candidaturas dos partidos. A deputada Elcione Barbalho (PMDB/PA) ressaltou a dificuldade da mulher em arrecadar recursos para campanhas e do fato de não existirem recursos para as políticas públicas femininas nos fundos partidários. “Tenho certeza, quando aprovarmos o financiamento público de campanha nós teremos uma participação muito maior das mulheres na política”, enfatizou a este jornal.
Mas o assunto não é recente. Em 2001, a deputada Elcione concorreu para segunda vice-presidência da Câmara. Candidatou-se sem o apoio do partido e não foi eleita por uma diferença apertada. Mesmo assim não desistiu. De volta à Casa lançou sua candidatura à quarta secretaria, de novo avulsa, mas não chegou a disputar. “Isso me custou muito caro, foi difícil e sofri muita pressão, mas precisamos saber a hora certa de avançar ou recuar.”, explicou.
Apesar de, segundo a bancada, a Procuradoria Feminina ser bem vinda, a ala não abre mão de ter voto nas decisões da Mesa. A bancada feminina garante não aceitar que o biênio termine sem que essa votação aconteça. Para a deputada Alice Portugal (PCdoB/BA), este é um compromisso assumido: “A palavra do Presidente foi dada, e palavra dada é palavra cobrada, está nas mãos da Mesa Diretora atual a votação neste biênio desta PEC”, ponderou.
O presidente Michel Temer promete instalar uma Comissão Especial para apreciar a PEC 590, após isso a matéria segue para votação do plenário. Apesar da PEC ainda não ter sido aprovada, a Câmara já tem deputadas presidindo Comissões Permanentes. São três as comissões representadas por mulheres: a Comissão de Defesa do Consumidor, com a deputada Ana Arraes (PSB-PE), a Comissão de Educação e Cultura, representada pela deputada Maria do Rosário (PT/SC) e a Comissão de Seguridade Social e Família que tem à frente a deputada Elcione Barbalho. No Senado, além de uma Comissão Permanente, as mulheres alcançaram a Mesa. A Senadora Serys Slhessarenko (PT/MT) é segunda vice-presidente e a senadora Patrícia Saboya (PDT/CE) é a quarta-secretária.

Por Keli Manga

Biblioteca Virtual: Uma Porta para o Mundo da Leitura

Mais uma vez a internet se mostra aliada de todos os que desejam aprender, estudar e se informar
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Os estudantes, leitores e todos os que fazem uso da internet podem contar com mais uma importante ferramenta de estudo e pesquisa. É o Portal Domínio Público, Uma biblioteca virtual localizada na página do Ministério da Educação (MEC).
Só nos primeiros três meses deste ano, o portal contou com 1.626.582 acessos. Mas, por não ter uma ampla divulgação, muitos desconhecem sua existência. O site está no ar desde novembro de 2004 e disponibiliza mais de cem mil obras. Dentre alguns dos autores literários, Machado de Assis, Paulo Freire, Fernando Pessoa, José de Alencar, além de Shakespeare e Eça de Queiroz.
Uma das maneiras encontradas para a divulgação do portal, segundo Renata Chamarelli, da Assessoria de Comunicação da SEED, foi a criação de um hotsite em comemoração ao centenário da morte de Machado de Assis. “Não existem novos projetos para a divulgação do portal, mas a equipe torce para que sejam promovidas novas ações para que o número de acessos ao site aumente cada dia mais”, diz Renata.
Os que conhecem o portal aprovam seu conteúdo. A pedagoga Grasiela Pimentel diz que estava cursando a faculdade e não podia pagar por todos os livros de literatura Brasileira. Ficou sabendo que o site disponibilizava quase todos os livros que precisava e isso ajudou muito em sua formação. A vontade de Grasiela é que a comunidade acadêmica utilize e divulgue o site.
O Professor Francisco Norberto diz que a cultura na era da Globalização deve ser utilizada em qualquer tempo e a qualquer hora, seja no pendrive, CD –ROM ou site. “Materiais educativos como livros e revistas, por exemplo, devem atender a necessidade da população acadêmica. Afinal, um país é feito de homens e livros, ou diria de informação”, completa.
Para os que tiverem interesse em conhecer o conteúdo do Portal ou demais informações, o endereço é http://www.dominiopublico.gov.br/.
Por Luciana Assis


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