quinta-feira, 18 de junho de 2009

Trotes Universitários


Violência e humilhação nas Universidades
____________________________________________________

Foi aprovado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 1023/95 que proíbe os trotes violentos ou vexatórios contra os alunos de ensino superior. De acordo com a Lei, os alunos responsáveis por esses atos podem levar multa de R$ 1mil a R$ 20 mil, suspensão do aluno por um a seis meses e expulsão. Nessa última, o aluno poderá ser impedido de se matricular na mesma instituição de ensino pelo prazo de um ano. A matéria segue para o Senado.
Pelo texto aprovado, fica proibido os trotes que ofendam a integridade física, moral e psicológica ou obrigue os estudantes a doarem bens ou dinheiro, salvo quando destinados a entidades de assistência social. O processo disciplinar seguirá as normas de cada instituição de ensino, assegurados o contraditório e a ampla defesa. No caso da multa, o dinheiro será usado na compra de livros para a biblioteca da Instituição.
O que deveria ser uma comemoração está se transformando em casos de violência e constrangimento. Diante disso, um dos autores da emenda substitutiva ao Projeto de Lei, o deputado federal Flávio Dino (PCdoB- MA) defende sua aprovação pelo Congresso o mais breve possível e ressalta que não se pode enxergar os fatos dessa gravidade como uma brincadeira juvenil. “Esse tipo de conduta só alimenta a cultura da violência em um ambiente que deveria ajudar a construir soluções para acabar com ela”. Ele argumenta ainda a falta de punição aos responsáveis por esses atos e acaba criando situações absurdas, em que o aluno torturado passa a estudar ao lado do torturador, o que o leva, muitas vezes, a abandonar a instituição pela ameaça e medo de novas agressões. Mas há divergências sobre o projeto. O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) questiona que o problema deve ser resolvido pelo amadurecimento do convívio universitário, e não por meio do rigor da lei. “Além do mais, já existem leis para punir os excessos” argumenta.
Um dos trotes violentos mais marcantes foi o que vitimou Edison Tsung Chi Hsueh, morto em 1999 por afogamento em uma piscina durante um trote brutal na faculdade de medicina da USP. Passaram-se dez anos após a morte do estudante e nenhum acusado foi condenado. Outros dois casos graves aconteceram neste ano. A aluna Priscila Vieira de 18 anos, grávida de três meses, teve queimaduras de 2° grau nas costas e nas pernas provocadas por uma mistura de solvente com gasolina e creolina, quando participava de um trote da Fundação Municipal de Educação e Cultura (Funec) em Santa Fé do Sul, no interior de São Paulo. Para o calouro Bruno Cézar, aprovado em Medicina Veterinária na Faculdade Anhanguera em Leme (SP) a brincadeira foi mais longe. O estudante ficou em coma alcóolico e apanhou de chicote, ficando com marcas e dores por todo o corpo. O Deputado Federal Rodrigo Rollemberg (PSB – DF) ressalta que é importante punir com rigor os agressores de qualquer tipo de violência no trote estudantil. “É importante que se cobre das Universidades responsabilidade em relação a seus alunos, que internamente, elas também punam os que descumprem a legislação e promovem trotes violentos”, comenta.
Apesar de tantas tragédias, os trotes solidários incentivam os bons exemplos. Em Ponta Grossa – PR, o trote social é uma saudável tradição. Há dez anos, os estudantes reformam casas de famílias humildes, recolhem doações para pessoas carentes da comunidade e distribuem alimentos. Em Londrina, os calouros e veteranos organizam palestras e atividades esportivas. Em iniciativa dos próprios alunos da UnB junto com o DCE – Diretório Central dos Estudantes, eles organizam os trotes solidários na Universidade. A idéia este ano é visitar uma escola pública promovendo um dia de lazer, como atividades físicas, brincadeiras com palhaços, plantio de mudas. A intenção é que esses trabalhos não só aconteçam de seis em seis meses, mas que sejam contínuos no resto do ano.
A aluna Vanessa Lula do curso de Nutrição da UnB explica que trotes fazem parte, como jogar ovos, farinha e tinta. O problema é a bebida alcóolica. “Quanto a bebida, é complicado porque ninguém bebe se não quiser beber, mas às vezes o pessoal está animado demais e perde o controle”. Dentre vários casos relatados a aluna avisa: “ O trote deve servir para que o calouro interaja com o veterano e a Universidade, e não para humilhar as pessoas ou machucá-las”, ensina a estudante.


Por Juliana Maraschin

Malabares do asfalto

Os sinais de Brasília foram tomados por bolas, bastões e claves de fogo. O que pouca gente sabe, é que domar os malabares, exige além de talento, profissionalização
____________________________________________________
Durante um minuto e dez segundos, Vinícius Resende, 20 anos, apresenta o seu espetáculo. O palco são os sinais do centro da capital federal. Lá, ele manipula suas cinco bolinhas. E seus braços parecem multiplicar-se numa orquestrada sinfonia de movimentos, equilíbrio e observação. Os truques não podem demorar, para dar tempo de passar o chapéu, coisa que o próprio artista faz. As apresentações seguem assim durante quatro horas, sete dias por semana.
Assim como ele, virou cena comum flagrarmos malabaristas nas extensões das asas sul e norte. E tem um motivo, Brasília virou referência para esse grupo. Malabaristas de outros estados vêm trabalhar aqui por se tratar de uma cidade com um alto padrão de vida. Essa região é famosa por reunir maior número de contribuintes.
Vitor Fernandes de 22 anos, malabarista há 10, e morador da asa norte, teve o apoio dos pais. Não sofreu discriminação em casa, mas sofreu na rua. “Fui parado no aeroporto na época do Pan-Americano no Rio, passei pela máquina identificadora de metais, e ela apitou. Uma funcionária me barrou por eu estar carregando na bolsa bolinhas de acrílico para malabares. Me destratou e a todo tempo incitava que estaria armado, tive que chamar a polícia para embarcar” relata.
Vini relata ter sofrido uma discriminação mais perversa. “Já me xingaram de vagabundo e de outras coisas mais.Mas nunca revidei, encaro com todo o respeito que um artista deve ter com o seu público.Essa é a opinião deles.Mas geralmente sou aplaudido de dentro dos carros, ou dão uma buzinada.Uma vez, um carroceiro me deu um real.O reconhecimento é o que realmente conta”conclui.
O que poucas pessoas imaginam é que esses artistas são bem informados, tiveram acesso a escola, cultura e a maior parte deles mora no plano. Muito ao contrário dos rótulos de desocupados e vagabundos que costumam levar. “Somos artistas, assim como um cantor, um ator ou um pintor, e isso, é sim uma profissão” ressalta Vini.
O mercado para os malabaristas é escasso e por isso optam pelos sinais.
Miguel Still, 21, anos é um dos colaboradores do encontro semanal de malabares, que acontece no espaço Renato Russo na 508 sul. Ele começou aos 11 arriscando alguns truques, mas só aos 14 se profissionalizou. Aos 21, começou a depender diretamente do sinal. Sua família o apoiou, mas o abandono dos estudos no 1° ano do ensino médio, não agradou muito.
Still é carioca e faz parte da leva de malabaristas que migraram para o centro- oeste. “Mudei para cá, pois sabia que mesmo sem conseguir trabalhos particulares em festas, eventos ou shows teria como me sustentar com o sinal. Brasília é um dos melhores lugares do país para fazer sinal!” analisa.
Ele ainda conta que as dificuldades da profissão o fizeram pensar em partir para outros ramos, mas em paralelo com a sua arte. Entretanto, a paixão pelos malabares falou mais alto, “por ser complicado conciliar as duas coisas, optei por continuar no sinal. Abandonar minha arte eu nunca pensei!”ressalta.
Still admite que parte do preconceito das pessoas é criada pelos próprios malabaristas, “pois há vários malabaristas que não se valorizam. A falta de profissionalismo de alguns acaba "queimando o filme" de quem leva a sério essa profissão”finaliza.
Motoristas x Malabaristas
Sâmella Santos, 30, anos pára todos os dias no sinal da 313 norte por volta das 19:00 horas e já contribuiu com malabaristas.”Vejo que nosso país ainda é muito atrasado quanto ao incentivo às artes.Acho lindo o que fazem.É uma pena não terem uma estrutura para a arte deles”comenta.
O médico aposentado Agenor Fernandes pensa diferente, “Não vejo isso como arte, ficar fazendo umas firulas na frente do farol, não considero nem como trabalho” diz.
O militar Celso Alves, 53 anos, vê nos jovens uma alternativa que não pedir.” Eu,sinceramente não sabia até pouco tempo atrás que isso era uma profissão.É melhor do que pedir. Eles estão nos dando algo em troca”opina.

Por Nirvana Lima

Pague como puder

O número de inadimplentes não para de crescer neste período de crise. Pensando neles, o Ibedec lançou cartilha com medidas preventivas e orientações destinadas à quitação das dívidas
____________________________________________________

Um a cada 10 brasileiros não consegue fechar as contas no fim do mês. E a crise, apesar de aumentar o número de endividados, pode ser a solução de muitos dos 18 milhões de pessoas que perdem o sono com os boletos vencidos que se acumulam no fundo na gaveta. A esperança é dada pelo Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec) que lançou, este ano, a cartilha - Edição Endividados. Foi a própria entidade que calculou o tamanho do exército dos brasileiros quebrados: 10% da população nacional.
A primeira constatação da cartilha do Ibedec é de que não vale a pena se desesperar. De acordo com a publicação, em momentos de crise econômica, como o atual, as chances de obter uma negociação são maiores, já que o dinheiro está escasso e as empresas preferem perder um pouco a deixar de receber. Os consumidores devem aproveitar a facilidade de negociação.
A partir de dados da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-DF), foi identificado que a maioria é dos sem dinheiro está na classe C, consumidores com faixa salarial de até cinco salários mínimos. Além disso, uma pesquisa do órgão mostrou que, em Brasília, houve um aumento de 50% de devedores com idade até 25 anos apesar dos campeões em dívidas terem idade entre 30 e 40 anos.
Segundo a CDL, cresceu também o número de brasilienses que tiveram seu nome inserido no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Em janeiro, eram 4,8% e, no mês passado, subiu para 5,2%. Em fevereiro, 131 mil 937 pessoas tiveram o nome incluído no SPC e 125 mil 416 pessoas foram excluídas do cadastro de inadimplentes.
Andressa Valadão, 24 anos, assistente administrativa, faz parte desse grupo de inadimplentes. O dinheiro que ganha por mês não é o suficiente para quitar as dívidas que acumulou há anos. Andressa ainda ressalta que sabe a importância de ter consciência sobre o controle de gastos, mas afirma que o comércio tem uma parcela de culpa nessa história. "Não consigo deixar de comprar e na hora de pagar é um sufoco, pois não tenho de onde tirar o dinheiro", diz, entre risos. "Acho que todos têm o direito à saúde, educação e diversão, mas o custo de vida em Brasília é muito alto e os devedores se tornam reféns das facilidades de crédito que o comércio oferece", desabafa.
Por dia, o Ibedec recebe mais de 100 reclamações de consumidores que questionam a cobrança pelas empresas. O instituto foi idealizado em junho de 2001 e fundado por um grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento científico das relações de consumo visando contribuir para o aperfeiçoamento dessas relações. Com a catalogação dos últimos seis meses de reclamação a entidade elaborou a cartilha. "O principal foco é a prevenção, além da abordagem sobre como resolver os problemas e tirar dúvidas. Para o instituto, a saída é o país investir na educação financeira, onde o consumidor buscará informações para um consumo consciente", diz José Geraldo Tardin, presidente da organização.
A cartilha foi lançada formalmente no último dia 25 de fevereiro, no Serviço de Proteção e Defesa do Consumidor – Procon . Com o lançamento, o site do Ibedec chegou a receber 25 mil acessos . O documento está disponível no site: www.ibedec.org.br, na seção consumo/Cartilhas, já a versão impressa é distribuída gratuitamente na sede do instituto.
A secretária executiva Joana Cabral, 25 anos, sabe muito bem o que é ter dívidas; criou sozinha duas filhas com uma renda mensal de três salários mínimos. Soube da cartilha por meio da reportagem, achou muito válida a orientação de elaboração de contratos e cartas para acordos, principalmente a parte que enumera direitos em relação a serviços e produtos. "Precisamos de uma instituição séria para orientar as pessoas que buscam informações, muitas querem quitar as dívidas, mas não sabem por onde começar, acabam sofrendo abusos por parte do comércio, que coloca dificuldades na hora de negociar e resolver o problema. A cartilha é uma ótima idéia", elogia .
Serviço: IBEDEC, Quadra CLS 414, bl. C loja:27 Asa Sul
Informações.: 3345-2492
"Povo Fala"
Pergunta: Você sabe como negociar suas dívidas?
Erivelton Batista – Apoio Administrativo, 37 anos. Sim, tento negociar à vista para sair mais em conta, negocio do meu jeito mas com a cartilha vou me sentir mais orientado.
Alexandra Mariano – Motorista de transporte escolar, 36 anos. Sim, vou até local onde devo e busco informações da melhor forma para eu pagar tendo menos prejuízo.
Elias Amorim – Bartender , 25 anos, Não. Mas sabendo da existência da cartilha vou usá-la como um guia de bolso.
Por Aída Rodrigues

Os “becos” do Gama dão o que falar

Os policiais militares e bombeiros sofrem com resistência da população na ocupação dos lotes. Cabo da PM faz até churrasco para conquistar a simpatia de vizinhos
____________________________________________
A resistência da população que é contra o fim dos becos, continua sendo o maior problema enfrentado pelos bombeiros e policiais que receberam os lotes no Gama, cidade satélite do Distrito Federal. Esses lotes foram doados pelo governador José Roberto Arruda com aprovação recente na Câmara Legislativa.
Os chamados “becos”, que são os lotes localizados em áreas intersticiais (espaço que separa duas casas contíguas). Distribuídos através de sorteio aos militares seguindo a ordem de pontuação no Sistema de Informação habitacional (Sihab).
Os bombeiros e policiais militares agora precisam conquistar a amizade dos novos vizinhos que não receberam bem a notícia de ter a sua “esquina” fechada e querem entrar na Justiça para impedir as edificações. Os moradores se queixam por não terem sido consultados ou ao menos informados de tal mudança.
Como o caso do seu Manoel Pereira Barros, 63 anos, aposentado, tem um lote a ser doado ao lado da sua casa que fica na quadra 04 do setor Leste do Gama. O aposentado não concorda em fechar o beco, alega que sua casa perde valor, “Quando a comprei era uma casa de esquina e é assim que eu quero que continue sendo” aclamou. Ele declarou que vai até a última instância para impedir a ocupação.
Roseli Pinheiro, professora, moradora da quadra 04 do Setor Leste do Gama vizinha de um lote a ser doado, também não concorda, porque há inquilinos no fundo do lote com saída pela lateral da casa. Diz ainda que tem autorização (concessão) para utilizar os três metros quadrados da lateral do lote que se encontra cercado.
Um cabo da PM, que preferiu não ser identificado, revela que preparou um churrasco especialmente para os mais novos vizinhos no intuito de atrair a sua simpatia. Mas a finalidade ainda não foi alcançada. Os convidados simplesmente não apareceram, e continuam descontentes com a situação.
O secretário de Habitação do DF, Paulo Roriz fez críticas aos moradores que resistem à ocupação desses lotes. Ele afirma que a ocupação dos lotes vai aumentar a segurança da comunidade, já que em muitos casos esses espaços ficam ociosos e são usados como ponto de encontro de grupos de gangues ou depósito de entulhos e lixo.
E há também quem concorde, Ana Maria Alves Vasconcelos, 38 anos, comerciante, diz ficar muito tranqüila em ter um vizinho bombeiro, e não terá mais problemas com os entulhos jogados no muro da sua casa. “É uma dor de cabeça a menos”.

Por Marlene Alves de Souza

Um Quiosque diferente


Além de vender LPs, CDs e livros variados, o quiosque é um pólo de encontro cultural
____________________________________________

Quem anda pelo CONIC pode a qualquer momento topar com prateleiras expostas ao ar livre. Elas estão cheias de livros, dos mais variados assuntos. É possível encontrar dos mais antigos, aqueles que pensamos que nem existem mais, aos novos, que estão nas listas dos mais vendidos. Mas, não são apenas livros. LPs, CDs, VHS, gibis, também preenchem o espaço, batizado pelo dono, Ivan Presença, de Quiosque Cultural.
Há aproximadamente uma década, o quiosque transmite cultura para quem conhece, se envolve e aproveita da iniciativa. Ivan Presença, como consultor cultural, não pensou no quiosque como um simples sebo, um lugar que vende livros usados. Foi além. “Achei que seria interessante criar um pólo de encontros culturais com autores poetas no CONIC. Aqui vêm ministros, intelectuais, parlamentares, professores, faxineiros, funcionários públicos e funcionários privados”, conta Ivan.
Ivan, que trabalha com livros desde os 12 anos de idade, é a favor da leitura e explica a filosofia de um sebo. “Tenho como ponto de partida a democratização da leitura. É mais barato, mais em conta, o livro usado. A posição do sebo é democratizar o acesso ao livro em função da renda de cada pessoa”, destaca Ivan. Portanto os preços são baixos. Alguns dos materiais vendidos no Quiosque Cultural são doados, e outros, Ivan, compra ou troca.
Outra peculiaridade do sebo é encontrar livros, dentre outros objetos, que por serem antigos são raridade. A jovem, Débora Mynssen, que passava no local pela primeira vez, conta que ali acabara de achar um livro que procurou em vários lugares e até então não tinha encontrado.
Além disso, Débora, fala que a humildade do sebo é aconchegante. Ela destaca a diferença que é estar em uma livraria de shopping e estar ali. “Quando você entra em um sebo, parece que você está mais aberto à paixão pelo livro do que a comprar porquê alguém te induziu. Você não vai olhar o livro porque está na lista dos 10 melhores ou porque está numa prateleira iluminada escrito oferta. Você escolhe pelo livro. Apenas por ele, pelo conteúdo dele. Você paginou, ou então você se apaixonou pelo titulo e você quer saber o que o livro está querendo dizer”. Conclui dizendo que “livraria é um lugar que rotula livros e o sebo é um lugar que você conhece eles”.
Na visão do sociólogo, Rainero Xavier, “sebo é um ‘locus cultural’ que permite às pessoas, aos grupos, enfim, à sociedade, mergulhos e escavações no tempo passado para que possam compreender o presente e projetar o futuro”. Outro ponto importante, destacado por Xavier, é a capacidade de transformação de uma sociedade por meio da leitura e, o sebo, segundo ele, é utilizado também para isso. “Serve como fonte permanente de aperfeiçoamento dos valores humanos e, assim sendo, como uma bela contribuição à reconstrução de novos padrões culturais a favor de uma nova civilização”, detalha o sociólogo.
É sobre essa transformação que Ivan Presença comenta. “Esse papel que eu faço aqui muda muito as pessoas que não conhecem o que é livro, que não sabem o que é livro. Encosta, vê se tem um livro de um real, dois reais. Leva, vai lendo por aí e depois volta...‘oh gostei do livro que você me indicou tem outro?’. Aí vai fazendo individualmente o seu papel”. Assim, tem funcionado o Quiosque Cultural, do Ivan Presença, que convida a todos para a poesia de segunda. O evento acontece na segunda segunda-feira de cada mês.


Por Déborah Siqueira

A arte e o vandalismo


Grafiteiros querem desvincular sua imagem à dos Pichadores que desafiam as autoridades
_____________________________________________

Os grafiteiros, que, por muito tempo, foram considerados vândalos pela sociedade, estão tentando desvincular a imagem do grafite à da pichação. Eles estão fazendo isso de uma forma simples: demonstrar à sociedade o grafite como ele realmente é, ou seja, uma arte. “Isto está sendo feito através de eventos culturais, exposições e trabalhos ao ar livre em lugares de fácil visualização para que todos possam apreciar a arte sem custo algum”, explica a grafiteira Anny Sousa.
Segundo ela, os grafiteiros vêm apresentando seus trabalhos em lugares públicos. “Assim, passamos a inseri-los no dia a dia das pessoas e fazemos com que a sociedade tenha uma fácil compreensão sobre a diferença entre grafite e pichação”, acrescenta a grafiteira.
A grafitagem é uma arte oriunda das pinturas rupestres. Praticada no Brasil desde a década de 80, está relacionada ao movimento Hip Hop, que nasceu na periferia de Nova Iorque, nos anos 60. Apesar de ser confundida com pichação, a grafitagem, muitas vezes, tem o objetivo de combater a pichação. “O grafite, geralmente é praticado em lugares que seriam alvos fáceis de pichadores e com a autorização dos donos de estabelecimentos e das autoridades”, afirma a artista plástica Neila Ribeiro. Segundo ela, pelo código de honra firmado entre os grupos, não se faz pichação em locais onde existam as grafitagens. “Isso inibe a ação dos pichadores”, completa.
A pichação é, muitas vezes, confundida com a grafitagem pela sociedade.Embora parecidos devido à grande dificuldade de identificar o que está escrito ou desenhado nos muros, há uma grande diferença entre ambas.
Considerada um ato de vandalismo, a pichação é realizada sem autorização dos proprietários dos imóveis e tem como objetivo escrever o nome do autor ou gangue, por meio de letras ou de sinais muitas vezes indecifráveis, em muros ou prédios. “Quanto mais arriscado, maior o ibope”, descreveu o pichador Daniel, de 25 anos, que assina o nome de Reprise.
A mais recente arma contra a ação dos pichadores é a lei nº9.605/98 dos crimes ambientais, que estabelece punição de três meses a um ano de cadeia, além de pagamento de multa. Até mesmo o grafite que for feito em muros de propriedade particular ou pública sem a devida autorização poderá ser enquadrado no referido artigo e sofrer as mesmas penalidades. “Não é por ser considerada uma arte que a grafitagem tem o direito de ser feita em qualquer lugar e a qualquer momento”, explica Neila.
Os pichadores agem, normalmente, na madrugada, pois quase todo o comércio está fechado e a movimentação de pessoas é menor nas grandes avenidas. Com o fraco movimento nessas vias, fica fácil escolher os melhores lugares e até mesmo a maneira de entrar em determinado prédio para pichar.
Daniel afirma que, em 11 anos como pichador, já subiu em mais de 500 prédios de São Paulo (SP), alguns com mais de 10 andares. Nunca foi preso. “No máximo voltei para casa com algumas marcas no corpo, devido à surra aplicada por policiais, e com o corpo todo cheio de tinta”, relata.
Neste período, já perdeu vários amigos envolvidos em guerras de gangues de pichadores ou em acidentes no exercício da pichação. Questionado se não pensa em largar esta vida, ele afirma não parar tão cedo, pois “adoro a adrenalina que sinto quando estou pichando”.
A psicóloga Corina Sales comenta que o comportamento de alguns destes jovens se deve a algum tipo de privação que possam ter sofrido ainda quando criança. “Essa privação pode ter criado alguma barreira no comportamento do jovem, que, ao cometer este tipo de vandalismo, visto por ele como nada mais que uma diversão, passa a considerar tal ato como uma forma de resgatar o que lhe foi privado”, analisa a psicóloga.
Muitos usam a pichação não só como forma de “diversão”, mas, também, para chamar a atenção das autoridades. E mesmo correndo o risco de serem presos ou até mesmo de perderem a vida. Os pichadores entrevistados afirmam que não vão parar.

Por Sivanilto Cruz

Crack nas instituições de ensino

Dois traficantes foram presos recentemente no DF e Policias viciados do Bope são acusados de participação no tráfico
_____________________________________________

O batalhão de operações especiais (BOPE) na manhã de terça-feira 17 março prendeu dois jovens acusados de tráfico de drogas, que forneciam crack a instituições de ensino em Brasília. A droga estava sendo entregue no colégio da quadra dois no Paranoá- cidade satélite de Brasília. A polícia suspeita que os jovens fornecem a droga a motoboys que distribuem por encomenda no Plano Piloto e cidades satélites.
Informações obtidas no Bope mostram que os traficantes presos são moradores da quadra 03 fazendinha (Itapoã) e dividiam um quarto na casa de Antônio Neto. Lá eles dividiam todas as porções e separavam as entregas por setor. O Plano Piloto recebia uma maior atenção dos traficantes. A droga era passada a cidades satélites posteriormente. O número de viciados em crack cresceu muito nos últimos anos,a faixa etária dos viciados é de 12 a 33 anos. Os viciados querem uma porção atrás da outra porque os efeitos duram menos tempo que as outras drogas.
O Distrito Federal tem oito pontos de concentração de tráfico e consumo da droga feita a partir da pasta base da cocaína. O principal ponto de venda do crack está na quadra cinco do Setor Comercial Sul. Jovens como Leandro de Souza Alves 18 anos e Bruno Castro Neves 21 passavam as porções a R$10,00. Segundo o policial do Bope Gilberto Figueiredo os jovens confessaram a venda em diversos pontos de Brasília, principalmente em escolas e universidades “Os dois vendiam crack aos viciados e ameaçavam aqueles que tinham dívidas,”conta o militar.
Os dois traficantes estão presos na Papuda aguardando julgamento e podem pegar de 12 a 20 anos de prisão.A polícia investiga a participação de policiais no tráfico,são acusados de consumir as drogas apreendidas, facilitar o acesso dos traficantes junto às instituições de ensino e tortura.
De acordo com um policial militar que pediu para não ser identificado por motivos óbvios, policias fazem parte do tráfico facilitando o acesso dos jovens às instituições. Quando apreendem alguma porção de crack algumas vezes não apresentam á polícia “Já participei de operações escolares em que meus colegas de trabalho usavam drogas durante a ronda. Os policiais abordam menores viciados e levam para o matagal que fica ao lado do Paranoá, tomam as drogas e depois os liberaram”. O policiamento ostensivo, rígido que faz parte da constituição da policia militar por alguns foi deixado de lado, relata o policial que precisa permanecer incógnito.
A diretora do colégio dois do Paranoá, Sandra Gomes Conceição, prestou informações ao delegado de policia da 10º DP. Sandra comentou a facilidade com que o tráfico de crack cresce no colégio. “Eu já fiz várias chamadas junto a polícia, por causa de alunos que usavam drogas dentro do colégio e a polícia nunca acha nada.” Dentro e fora das instituições de ensino se consegue todo tipo de droga, as mais comuns são maconha e cocaína .O crack vem ganhando força pelo forte efeito.A droga causa uma dependência absurda.O viciado se sente em outra atmosfera, vê vultos, fica com sistema nervoso alterado, as alucinações criam situações de luta, o viciado dá socos e murros no ar.
Jovens entram para o mundo das drogas cada vez mais cedo e a impunidade facilita o ciclo vicioso.
Por Douglas de Andrade Almeida

Mulheres se envolvem menos em acidentes de trânsito

Sexo feminino lidera segurança ao volante e os riscos de acidentes são bem menores
____________________________________________________

Pesquisa realizada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), mostra que dos acidentes registrados nos últimos três anos no país, apenas 11% deles envolviam mulheres. De acordo com o levantamento, dos 1,5 milhão de acidentes ocorridos entre os anos de 2004 a 2007 com vítimas, 71% deles eram homens e 18% não foi possível saber a identificação dos sexos, pois, muitos motoristas fogem, após uma colisão ou atropelamento. Até dezembro de 2008, o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação (Renach) havia registrado 45,1 milhões de motoristas, sendo que 33% desse total são mulheres.
Os tabus contra o preconceito continuam sendo quebrados. As condutoras femininas estão adquirindo mais espaço nas estradas e ganhando posições nos empregos que envolvem os meios de transportes. É comum nas ruas, encontrarmos mulheres na direção de caminhões pesados, ônibus e até mesmo nas frotas de táxi. Daniela Garcia mora em Taguatinga é está obtendo o seu registro de habilitação. Para ela, "a conquista das mulheres nos meios de transportes não é somente uma questão de coragem, mas também uma forma de mostrar aos homens que não somente eles são feras nas estradas".
A assessora do Departamento Nacional de Trânsito, Jaqueline Costa, explica o aumento de condutoras femininas ao volante. Segundo ela, "desde dezembro de 2004 houve grande evolução de motoristas do sexo feminino no Brasil, atingindo um percentual de 44% de mulheres habilitadas a dirigirem". Jaqueline diz também que, dados do Denatran mostram aumento de mulheres habilitadas para a carteira de categoria A, necessária para conduzir motos. "Hoje, existem cerca de 50% de motociclistas mulheres, totalizando 2.534.242 de condutoras".
Simone Alves é moradora do Guará e dirige há nove anos. Ela fala que apesar do tempo de habilitada, nunca se envolveu em colisões de trânsito, e para que isso não venha a ocorrer têm muita cautela e paciência, principalmente por estar levando vidas a bordo. Acostumada com o pesado fluxo de carros nas vias, ela diz lisonjeada que o ditado popular "mulher no volante perigo constante" não se confirma mais no Brasil, e que "as brasileiras agora têm um bom argumento para provar que dirigem bem". E deixa um recado para as mais medrosas, que tudo é questão de tranqüilidade na hora de pisar no acelerador.
Por Carlos Monteiro

Benefício Adquirido

Pacientes que fazem cirurgia de redução de estômago, usam o cartão de identificação em bares e restaurantes para desconto
____________________________________________
Cristiane Salvino Silva, 45 anos, conhecida como tia Cris é apaixonada pela vida. Ela é bonita, batalhadora e alegre. Foi motorista de veículo escolar por 12 anos, e foi conhecida como a segunda mulher em Brasília a receber a licença pra dirigir veículos escolares. Mas nem sempre foi assim, pois se deparou com um problema sério de saúde, e foi aconselhada pelo endocrinologista Roberpaulo Ferreira Filho a fazer a cirurgia de redução do estômago, tecnicamente conhecida como cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica da tia Cris foi realizada há quatro anos. Hoje ela está estabilizada no peso e regrada para hábitos saudáveis. Ela perdeu 36 quilos. A alegria da tia Cris é tamanha com a nova vida que ela faz questão de mostrar a sua conquista para todos e anda com uma carteira de identificação dentro da bolsa.
A ideia da carteira foi do cirurgião Orlando Pereira, o responsável pela operação em tia Cris. Ao todo, ele já realizou 2000 mil cirurgias Bariátricas e entregou a todos os pacientes um cartão de identificação para que os operados possam explicar o procedimento a que foram submetidos.
Com a carteira em mãos, tia Cris descobriu nas reuniões dos bariátricos que alguns restaurantes de rodízio dão descontos ao apresentarem a carteirinha, na clinica eles forneciam uma lista de restaurantes que davam desconto, mas não precisou. Por se considerar uma carioca da gema, falante e descontraída quando vai a um restaurante costuma falar com o gerente, se identifica, mostra a carteira, e se for preciso, também mostra a cicatriz. Justifica que ingere a quantidade de comida como uma criança, e se duvidar, menos. "A questão não é somente financeira, pois não acho justo comer pouco e pagar por muito", diz ela.
No restaurante Assados e Grelhados, na 109 Sul, o gerente Mateus Silva já acostumou com as abordagens dos bariátricos:
"achamos justo o desconto, isso não é pagar menos, deveria ser um direito".
Tia Cris só não conseguiu desconto uma única vez, em uma festa com colegas de trabalho na comemoração do final de ano. Já usou diversas vezes a carteira de identificação e hoje, sabe quais os restaurantes que dão descontos em Brasília.
Cristiane pesquisou seis meses sobre o procedimento cirúrgico e como seria a mudança de vida pós-cirúrgica. Foi nesta pesquisa encontrou o Médico Orlando Pereira, brasiliense e um dos precursores de cirurgia do aparelho digestivo, titular e Delegado Regional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, redução de estômago. Sentindo-se segura, optou pela cirurgia:
"Fiz porque tenho uma deficiência óssea, com diagnóstico de diabetes e cirrose hepática devida minha obesidade. Dietas não adiantavam mais, sem a cirurgia teria que usar cadeira de rodas e bengala". Ela participa todas as terças-feiras de reuniões para bariátricos no hospital Santa Lúcia ou na Clínica do Médico Orlando Pereira. Quando ela fez a cirurgia eram 600 pacientes participantes, hoje são dois mil. Esses encontros servem como apoio pela grande mudança emocional que passam. A equipe é formada por médicos, psicólogos e nutricionistas.
Em contato com Cléber Sampaio, da assessoria de imprensa do Sindicato de Bares e Restaurantes/SINDOBAR, e Lisandre Werner, presidente da Associação Brasileira de Bares/ABRASEL em Brasília, dizem desconhecer o desconto, e também não sabem da existência da carteira de identificação. Finalizam que as instituições não possuem nenhuma responsabilidade sobre o uso com desconto e que nada foi formalizado.
Cristiane diz que não precisa de interlocutores, murmura como se fosse só para ela: "eu ainda farei um movimento para que esse desconto se torne Lei."
Por Vera Oliveira

O que vem depois da faculdade?


Mestrado, especialização, MBA, doutorado... Entenda os tipos de pós-graduação e por que fazê-los
___________________
____________________________
Dia de formatura. Todos os graduados estão felizes e aliviados depois de quatro anos de tanta dedicação. Só que agora se perguntam o que será que vem pela frente? Fazer uma pós ou partir para o mercado de trabalho? Quais são, afinal, os tipos e as diferenças entre os cursos de pós-graduação?
Todas as pós, de um modo geral, são cursos de aprimoramento realizados depois da graduação. A diferença está no conteúdo, na duração e, principalmente, nos objetivos de cada tipo. No Brasil, eles são divididos nas categorias lato sensu e stricto sensu.
Na primeira, os cursos são voltados para a atuação profissional, com duração de um ou dois anos. São as especializações, incluindo as de gestão de negócios ou simplesmente MBA (Master in Business Administration). Como esse tipo de curso fornece apenas certificado, e não diploma, é mais indicado para quem quer se aprofundar na área em que trabalha ou pretende trabalhar.
Já na segunda categoria, o objetivo é formar pesquisadores e professores universitários, podendo variar quanto à duração. São os mestrados (profissionalizantes ou acadêmicos) e os doutorados. Esses cursos entregam diploma e são coordenados e conceituados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) do Ministério da Educação.
Segundo Pedro Arcanjo, assessor da CAPES, o nível de exigência é alto. São avaliados desde a capacidade técnica dos professores (experiência, dedicação de tempo, orientação, participação em pesquisa) até a infra-estrutura dos laboratórios das universidades. A lista completa dos cursos recomendados está no site http://www.capes.gov.br/cursos-recomendados.
Para Douglas Ramos, coordenador do MBA de Marketing da UPIS em Brasília, “o diploma abre algumas portas, mostra o interesse da pessoa, mas não é o diferencial”. Na decisão por uma vaga, mais que o currículo, o que conta é o conhecimento, a competência e o nível de aprofundamento da pessoa. Por esse motivo, ele acredita que um aluno que entra na pós-graduação com certa experiência profissional acaba aproveitando mais o curso.
Mas, mesmo que a pós não seja uma garantia de sucesso, ela pode ajudar. De acordo com a pesquisa “Você no Mercado de Trabalho”, da Fundação Getúlio Vargas, os profissionais com esse tipo de curso ganham, em média, 42% a mais do que aqueles sem. A pesquisa, divulgada em outubro do ano passado, diz, ainda, que em alguns cursos, em especial da área de Administração, o salário chega até a dobrar.
As vantagens, portanto, são muitas, mas esses cursos exigem esforço e dedicação dos alunos. Roberto Rondon, aluno há um ano do mestrado acadêmico do Instituto de Administração da Universidade de Brasília (UnB), diz que as aulas são puxadas e normalmente são poucos os alunos por sala. “Há muitos trabalhos, apresentações, debates e, principalmente, muita dedicação. Só quem tem perfil deveria fazer pós-graduação. Não adianta ir lá só pelo diploma, tem que batalhar mesmo”.
De acordo com Rozana Naves, professora do Instituto de Letras da UnB, há “casos de estudantes de pós-graduação que não conseguem ainda desenvolver um trabalho de pesquisa com a qualidade desejada”. Por isso, é preciso se preparar com antecedência também para o curso, de preferência desde a graduação. A dica dela é que o aluno participe de projetos de pesquisa da faculdade para já ir definindo suas áreas de interesse.


Por Taís Meireles

Alimentação às pressas

A correria do dia a dia acaba ditando os hábitos alimentares de muita gente
____________________________________________
O nosso cotidiano é cada vez mais corrido e quem tem de trabalhar e estudar é obrigado a dividir o tempo da maneira mais produtiva possível, às vezes esquecendo hábitos essenciais à saúde. Por muitas vezes a alimentação ocupa um tempo que não pode ser desperdiçado, ou esquecem-se de comer no anseio de terminar logo suas tarefas. Para ganhar tempo, ou aproveitar o pouco que lhes é proporcionado, acabam se alimentando de qualquer forma. Da maneira mais rápida e cômoda possível.
Para a estudante Laís Marinho, quando perde a hora e tem de sair apressada entre o trabalho e a aula‘‘acaba comendo besteiras como salgados e biscoitos para poupar tempo. ’’
Segundo a nutricionista Sabrina Alves do Programa Passaporte para a Saúde do SESC, cansaço e fraqueza são alguns sintomas apresentados por quem não se alimenta de maneira correta, podendo provocar desmaios. ‘‘Maus hábitos alimentares podem gerar além de sobrepeso problemas cardíacos por excesso de gordura no sangue, ’’ afirma.
Já para aqueles que se preocupam com a saúde e estão sempre na rua no horário das refeições mais importantes, as grandes redes de fast food oferecem alternativas como saladas e sanduíches naturais.
Para o estudante Bruno Gomes ‘‘os sanduíches servem para enganar o estômago durante certo período de tempo, o que não acontece se comer salada’’. Para a nutricionista, vale lembrar que ‘‘o importante mesmo é o bom senso de cada um’’. As comidas menos saudáveis são sempre mais atrativas. ‘‘Não se trata de dieta, e sim de um saudável cotidiano alimentar orientado por noções básicas de nutrição. ’’
Sabrina assinala que, ‘‘é aconselhável alimentar-se de três em três horas para que aumentando o número de refeições diminua a quantidade de comida ingerida em cada uma. ’’ Dando importância a frutas e sucos como lanches entre as refeições. Ora, mas como assim? Devem pensar os comilões de plantão. Daí, a importância de esclarecer que tipo de alimentação é essa que deve ser feita.
A nutricionista orienta que o café da manhã é a refeição inicial e mais importante do dia, devem ser ingeridos alimentos ricos em fibras como frutas e pães integrais. No meio da manhã é aconselhável um lanchinho que pode ser uma fruta. No almoço uma porção de carboidrato (arroz, batata doce, inhame ou uma massa) uma porção de reguladores (o popular feijão) ou uma salada com bastante variedade de cores, e os lipídios ou óleos essenciais que estão presentes nas carnes e no azeite.
Sabrina ainda aconselha que ‘‘devemos optar por proteínas leves como peito de frango ou peixe’’. À tarde novamente um lanche que pode ser uma fruta ou um suco. Para a nutricionista o jantar é uma refeição que pode ser ‘‘pulada’’no dia. A ceia é para pessoas que comem muito, ou que tem necessidade de se alimentar um pouco mais.
Para a nutricionista, os parâmetros que determinam a alimentação são específicos para cada individuo, e devem ser seguidos com equilíbrio e moderação. Sempre se preocupando com detalhes como a ingestão de líquidos durante o dia, que dependendo do peso da pessoa, deve ingerir no mínimo dois litros de água. Refrigerantes devem ser evitados. Não esquecendo a mastigação que tem grande relevância, pois é onde começa a digestão dos alimentos.
‘‘O que deve ser considerado e seguido à risca é que a alimentação deve obedecer a padrões estabelecidos pelo nosso próprio corpo e suas necessidades ao longo do dia’’ conclui Sabrina.

Por Tiago Moreno


  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO